BLOQUEIO PELA VIDA: JUSTIÇA TOMA DECISÃO NA GUERRA CONTRA O VÍRUS NO MT

As três principais cidades do MT vão ter que paralisar suas atividades não essenciais em defesa da vida. A decisão é da Justiça Estadual, que determina o bloqueio de atividades não essenciais para evitar aglomeração de pessoas e a circulação do vírus da Covid 19, que está infectando e matando centenas de pessoas.

Em Cuiabá e Várzea Grande o lockdown começa nesta quinta-feira (25) e se estende por 14 dias. Em Rondonópolis – a principal cidade do interior – a determinação começa a valer a partir do dia 26, sexta-feira e por um período de 7 dias. A decisão foi tomada pela Justiça porque os prefeitos destas cidades não tiveram coragem de enfrentar a resistência de uma parcela do empresariado. O Ministério Público pediu medidas severas de  enfrentamento há mais de 15 dias nestas três cidades, mas seus prefeitos foram postergando a adoção de ações.

O quadro no MT é alarmante e o Estado já é um epicentro da disseminação do vírus. A situação atual está prestes a se tornar a que foi vista no Amazonas, pois o sistema de saúde já está em colapso. Sem leitos de Unidade de Tratamento Intensivo(UTI), os pacientes graves ficam sem ventilação mecânica, o que acelera de forma muito rápida o agravamento do quadro, que tem no pulmão o principal ataque. A consequência é a morte em poucas horas.

Os gestores municipais não podem alegar ignorância, pois o secretário estadual de Saúde vem alertando há dois meses sobre o avanço do contágio e o perigo para o estado de colapso no sistema de saúde. A situação é gravíssima, mas muitos ainda continuam relativizando o problema, ignorando a vida e potencializando a morte.

Numa comparação com o vizinho Mato Grosso do Sul, o Estado do Mato Grosso contabiliza quase 10 vezes mais mortes pela Covid 19, caminhando para 500 óbitos, enquanto que MS está aproximando de 60. Só Rondonópolis já tem mais da metade de mortes registradas no estado vizinho – 32 até terça-feira(23/06).

A situação é alarmante no MT e a Secretaria Estadual de Saúde orienta o lockdown em pelo menos 11 cidades com maior incidência de casos. Além de faltar leitos, falta equipamentos e material humano, pois a doença atinge também o pessoal da saúde que está na linha de frente.

Decisão judicial não se discute, se cumpre. Apesar disso, os prefeitos de Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis ensaiam uma reação contrária ao fechamento. O mais contundente é o da capital, que anuncia que vai recorrer juridicamente. Enquanto estes gestores ficam “jogando para a torcida” com ilações contra a vida, o vírus avança.

Já existe fila para se ocupar leitos de UTI e, ao que parece, será mais fácil comprar ou locar câmaras frigoríficas para amontoar corpos em frente aos hospitais do que ter coragem de tomar uma atitude pela vida, que é o de restringir a circulação de pessoas e do consequente contágio pelo vírus agressivo.

Atualmente, os hospitais pedem socorro porque não conseguem mais atender os casos mais graves. Imaginem com mais casos chegando às suas portas.

A verdade é uma só: Não tem leitos para todos que vão precisar de hospitais e não tem vacina e nem remédios eficazes com prescrição que garanta a cura do paciente. Fortalecer o sistema imunológico e não se expor ao contágio é a recomendação mais próxima da realidade científica.

Menos gente circulando é menos contágio e menos gente precisando de hospitais. O resultado é mais atenção ao paciente e mais leitos de UTI.

O resto é fake news.

(Por Elias Ferreira)

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