Sediado em Dourados, festival paralímpico fortalece inclusão e superação de limites
No Dia Nacional do Atleta Paralímpico (22 de setembro) e um dia após a data em que se comemora o Dia da Luta Nacional das Pessoas com Deficiências (21 de setembro), Dourados foi a sede do maior festival paralímpico do Brasil, realizado em 50 cidades do País.
Em Mato Grosso do Sul o evento acontece também em Campo Grande. Por aqui as atividades foram realizadas no Clube Indaiá e reuniu cerca de 165 alunos, sendo que desses 30 não possuem nenhum tipo de deficiência.
A coordenadora geral do festival contou que a intenção é justamente promover a inclusão, a socialização, a valorização do trabalho paralímpico realizado há mais de 20 anos na cidade e, sobretudo, a superação de limites. Hoje foram praticadas as modalidades de atletismo, basquete sobre rodas e bocha adaptada.
Segundo a coordenção, para o aluno com deficiência não há limites. Esse tipo de ação é extremamente importante para eles, pois influencia diretamente na autoestima, na participação efetiva em todas as modalidades e na inclusão no meio social. É para provar que não há limites mesmo.
Patrícia Potrique, mãe do pequeno Rodrigo de 11 anos, portador de autismo, contou à reportagem sobre a satisfação de vivenciar com o filho essas oportunidades ligadas ao esporte. Ela se considera “corujona” e garantiu que está ‘em todas’ ao lado do atleta.
Rodrigo participa do time de Ginástica Olímpica, mas neste sábado (22) pôde vivenciar a experiência de ser jogador na modalidade ‘basquete sobre rodas’.
“Eu achei superinteressante a inclusão das crianças portadoras de deficiência física com aquelas que não possuem essa limitação específica, estando sobre a cadeira de rodas com a proposta de vivenciar aquilo que os colegas experimentam todos os dias. Eu acho incrível essa inclusão entre eles, com o esporte e a superação dos limites”, disse Patrícia.
A mãe contou que todo ano o filho participa das atividades paralímpicas realizadas em Dourados, juntamente com a escola.
Questionada sobre as contribuições da prática esportiva na vida do filho, Patrícia contou que atividades comuns do dia a dia, como entrar no carro por exemplo, já foram impactadas de maneira expressiva.
“Eu percebi que a agilidade dele melhorou muito sabe. Depois de ter iniciado o esporte ele conquistou mais autonomia, conseguindo enfrentar bem as dificuldades de coordenação motora”, contou. Além disso, a mãe destacou que o bem-estar emocional do filho melhor muito.
“Ele se sentia incapaz, mas agora sabe que, mesmo não chegando em primeiro lugar, ele pode concluir a atividade. Ele aprendeu a participar e não desistir”, disse a mãe.
O Dourados News conversou também com o Rodrigo, que contou sobre a alegria em participar do festival. Ele é aluno do 5° ano da Escola Municipal Avani Cargnelutti Fehlauer, no Jardim Flórida.
Para o pequeno atleta, “foi muito legal” poder participar do basquete sobre rodas. Ele também disse que gosta da companhia da mãe nas atividades e confirmou a “corujisse” de Patrícia, que a cada movimento do filho faz um ‘clique’ para registrar as atividades.
Esteve também presente no festival a prefeita de Dourados, Délia Razuk (PR). Ela falou sobre o orgulho de ter a cidade como sede do evento nacional.
“Olha eu me sinto extremamente realizada. São desafios que estamos enfrentando, mas continuamos a buscar sempre mais. Isso valoriza o trabalho dos professores e o empenho desses atletas”, disse.
Délia avalia que, um dos fatores que contribuíram para dar destaque à cidade, foi o fato dos atletas que compõem o time paralímpico douradense estarem em ascensão nacional. Muitos já participaram de campeonatos brasileiros e trouxeram títulos à Dourados. A cidade realiza há 20 anos treinamentos paralímpicos no Estádio Douradão.
(Fonte: Douradosnews)