Audiência conta com intérprete para auxiliar em acordo trabalhista
A Semana Regional de Conciliação Trabalhista segue quebrando as barreiras comunicacionais e atuando na facilitação do diálogo trabalhadores e empregadores na construção de uma solução de consenso. Na quarta-feira passada (9/06), o Cejusc -1 contou com o auxílio de uma intérprete durante uma audiência de conciliação inusitada, com uma trabalhadora haitiana, que entendia e falava pouco o Português.
O processo é proveniente de uma das Varas do Trabalho de Dourados e ainda não havia sido realizada a audiência de instrução. Com a realização da Semana da Conciliação, os advogados das partes se inscreveram para participar da Semana em busca de uma solução consensual e célere para processo. Assim, advogados e reclamante participaram de locais diferentes por via telepresencial.
O servidor do Cejusc e conciliador da audiência, Silvio Henrique Lemos, precisava de algumas confirmações da trabalhadora para fechar o acordo e, percebendo que a comunicação entre advogado e parte também não era simples, decidiu pedir o auxílio de uma intérprete.
De acordo com a juíza Fabiane Ferreira, supervisora da audiência, a trabalhadora compreendia o português, “mas queríamos ter plena certeza de que ela entendia a dimensão do que era o acordo, como por exemplo, que haveria quitação do contrato de trabalho e o encerramento do processo trabalhista”, disse.
Assim, o conciliador solicitou que a estagiária do Cejusc, Juliana Gonçalves de Arruda, que o auxilia durante as audiências e que tem domínio da língua francesa, para ajudar nessa audiência como intérprete e ter certeza de que a trabalhadora compreendia o que estava sendo acordado. “O Conciliador também foi muito feliz em se lembrar rapidamente que a estagiária tinha esse conhecimento da língua francesa e de que ela poderia auxiliar a justiça se comunicando com a autora da ação para que tivéssemos certeza de que ela estava compreendendo o que estava acontecendo na audiência”, pontuou a magistrada.
O servidor explica que, com as técnicas de conciliação e mediação, em que se busca auxiliar no diálogo das partes, conseguiram chegar numa proposta. “Com a cooperação dos advogados, chegou-se numa construção de opções interessante para as partes, que os advogados consideravam viável, mas a palavra final era da trabalhadora. Todavia, com esse obstáculo no idioma, o acordo poderia não ter sido fechado. Eu achei excelente, pois a intervenção da estagiária foi fundamental para a concretização das tratativas”, afirmou.
Para a juíza Fabiane Ferreira, “a solução desse processo por meio de acordo demonstra como as partes sempre podem procurar o caminho que solucione o processo de forma mais célere e que a satisfaça sem necessariamente passar pelo processo judicial”, finaliza.
A participação da intérprete ficou registrada na ata de audiência.
Os conciliadores
Os conciliadores são servidores da Justiça do Trabalho que passam por formação para aprender as técnicas de mediação e conciliação. Antes das audiências, realizam o estudo dos processos que estão agendados para determinado dia, fazem um relatório e enviam para o juiz supervisor com o estudo do processo.
O juiz supervisor verifica e dá um retorno ao conciliador. Durante a audiência, mesmo de forma telepresencial, o juiz supervisor acompanha as negociações. (Assessoria)