Torre montessoriana é aliada de Elisa na hora de conquistar autonomia em casa
Não é de hoje que escutamos que criança e cozinha não combinam, diante dos riscos com o fogão ligado ou panela quente no fogo. Mas quando o foco é deixar os pequenos longe do perigo, algumas atividades ajudam a fazer da cozinha e outros ambientes da casa, locais mais acolhedores. Foi o caso da Elisa, com um ano e meio de vida, que agora usa uma torre de aprendizagem para ter acesso à cozinha ao lado da mãe e ter contato com os alimentos e o preparo das refeições do dia a dia.
Mas a mãe, a turismóloga Luciane Lima Drescher, de 39 anos, adverte: mesmo com autonomia, não dá para tirar o olho dos pequenos, principalmente, na cozinha.
A torre de aprendizagem foi criada dentro da filosofia Montessoriana, que tem como proposta autonomia dos pequenos desde as primeiras engatinhadas. Com 80 cm de altura e dois degraus, a peça foi encomendada em uma marcenaria da cidade e custa R$ 180,00.
Marceneiro há 30 anos, Milton Dambroz, de 64, recebeu o primeiro pedido da torre há poucas semanas. Com algumas fotografias de referência tiradas da internet, ele entendeu o conceito e colocou em prática a construção do móvel. São no máximo três dias para ficar pronto cada e a peça é entregue em madeira crua. “Mas está pronta para o cliente pintar da cor que quiser”.
O tamanho padrão tem sido 80 cm, no entanto é possível variar de acordo com as necessidades em casa. “Normalmente é o tamanho de altura das pias, mas se for mais alto ou baixo, a gente muda. Outro detalhe é a largura, a gente pode trabalhar com todos os tamanhos”, explica Milton.
A primeira cliente foi a mãe da Elisa. Mas antes de fazer o pedido, ela foi estudar o conceito e depois aplicá-lo na arquitetura da casa. A mãe viu que a inclusão de uma torre em casa poderia tornar o ambiente mais criativo e didático, já que é adequado para o desenvolvimento da criança e permite a livre expressão de suas capacidades.
“Quando tive o meu primeiro filho que hoje tem 8 anos de idade e fui morar com ele um pequeno sítio, desde a infância acostumei ele a experimentar a autonomia. Mas eu sempre percebi que especialmente a cozinha, é um lugar que as pessoas não deixam as crianças entrar, mas percebo que é um lugar que elas aprendem muito rápido”, explica.
Dos primeiros passinhos até a capacidade de subir os dois degraus da torre, Elisa tem descoberto um mundo de novas cores e texturas. “É na cozinha que ela toca as frutas, percebe a diferença das cascas, coloca as mãos na água, está experimentando a espuma da bucha de lavar louça. E na hora de preparar uma receita, ela está ao lado com a mão na massa e aprendendo”.
O foco não é fazer a criança lavar uma louça, explica a mãe, mas também ensiná-los que uma simples lavada de prato é atividade rotineira dentro de casa e que aos poucos eles também vão fazer parte dessa rotina. “Foi com a participação do Iuri na cozinha que ele pegou amor aos alimentos. Hoje, ele pega os ingredientes e vai fazer a própria receita para a família, claro, tudo a nossa supervisão”.
Mas além da cozinha, a torre é aliada em outras atividades como escovar os dentes, lavar as mãos na pia do banheiro ou até mesmo se usada para brincadeiras.
O importante destaca Luciane é não tirar os olhos da criança independente da autonomia. “Mesmo com a torre, não deixamos a Elisa sozinha, tudo que ela faz é ao nosso lado. A torre serve para ela explorar suas habilidades e ao mesmo tempo ter nossa companhia entre uma atividade e outra dentro da casa”.
Outros móveis montessorianos também fazem a diferença na casa como cama, roupeiros, guarda brinquedos. “É importante que as crianças sejam consideradas quando planejamos os espaços da casa”, sugere Luciane.
(Campograndenews)