Ansiedade e compulsão alimentar, é possível tratar sem deixar de comer bem

Maíra Costa, Nutricionista

Quando falamos de ansiedade, logo associamos a conversa a um profissional da área da saúde mental. Mas diferente do que muitos pensam, o profissional de Nutrição é um excelente aliado no tratamento desse transtorno.

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde no primeiro semestre do ano passado analisou a saúde mental de 17.491 indivíduos com idade média de 38,3 anos, variando entre 18 e 92 anos. Desses, 86,5% apresentaram indícios de ansiedade.

E o que o Nutricionista tem a ver com o tratamento da ansiedade?

Quem explica isso para nós é a nutricionista Maíra Costa, que atua na linha da nutrição comportamental.
Muitas pessoas com ansiedade acabam descontando na comida. Mesmo que não seja necessário ter sintomas da ansiedade para desenvolver a compulsão alimentar, as duas têm relação sim. O hábito de comer de forma desenfreada, sem sentir fome, está associado a questões emocionais. Quando isso acontece com muita frequência, tal condição gera sofrimento e prejuízos físicos e mentais.

Na maioria dos casos, o ato de comer compulsivamente está associado a fatores que vão muito além de questões psicológicas, mas acabam afetando o funcionamento do organismo. Muitas vezes, a ligação entre ansiedade e compulsão alimentar tem como base problemas emocionais associados à culpa, frustração, questões mal resolvidas, baixa autoestima e obesidade.

Nesses casos, seja para prevenir ou para tratar, a ajuda de um nutricionista é essencial. “A alimentação balanceada é essencial para nossa saúde. Sabendo disso o que se busca na Nutrição é equilibrar o consumo alimentar para se ter uma vida saudável, uma vez que as boas práticas alimentares não só previnem doenças como garantem qualidade de vida ao indivíduo por preservar as funções de nosso corpo para que este trabalhe em manutenção de nossa saúde”.

“Não é somente a busca pelo corpo magro que encontramos na Nutrição. Nesta área, trabalhamos muito emagrecimento, mas também prevenção e tratamento de doenças crônicas e não crônicas, com destaque aqui para ansiedade e transtornos alimentares”, expõe a nutri.

Ainda pouco se fala em Nutrição para acompanhamento de afinidades psiquiátricas e psicológicas. Porém a terapia multidisciplinar nestes casos é de suma importância para o sucesso do tratamento. Neste âmbito, o profissional nutricionista deve estar apto a atender e entender a demanda desses pacientes, que se diferenciam das demandas clínicas nutricionais em uma visão geral.
Maíra trabalha com a abordagem da nutrição comportamental. Apesar da grande quantidade de informações sobre alimentos e dietas, as pessoas continuam enxergando a comida como grande inimiga. A nutrição comportamental tem como objetivo mudar essa relação, fazendo com que as pessoas sintam prazer (e não culpa) em comer.

“Sempre é tempo de cuidar da saúde mental e física. Destaco que trabalhar as emoções com foco em alimentação é desafiador, porém necessário para muitos dos casos que surgem em consultório. Um olhar clinico diferenciado e específico para este público, atenderá de uma melhor forma a história do paciente, melhorará a relação deste com a comida e incentivará o autocuidado e a autoestima, tudo através de uma alimentação humanizada, gentil e acolhedora”, diz Costa.

Com esses cuidados e o acompanhamento necessário, é possível tratar a ansiedade e fazer as pazes com os alimentos, sem deixar de comer o que gosta.
“Para tratamento da ansiedade através da alimentação será trabalhado toda a adequação da rotina do paciente, resgate da sensação de fome e saciedade, história alimentar, bem como hábitos, costumes, planejamentos e metas realizáveis, importância de comer, comer intuitivo, comer com atenção plena, qualidade alimentar e estimulação de hobbies e exercícios físicos orientados”.

“Um planejamento alimentar adequado a você nunca poderá te deixar mais ansioso. Procure um profissional que te acolha e entenda, pois, a ansiedade pode ser muito bem tratada e acolhida com a Nutrição. Comer pode ser sim prazeroso, repleto de significados e sem culpa, ” conclui Maíra.

Para saber mais sobre o assunto, siga @nutrimairacosta no Instagram.

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