Federal de Rondonópolis cria grupo de estudo com nome de personagem negra
Grupo de pesquisadores, professores e dos movimentos sociais e negro entregaram na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), no dia 25 de janeiro, projeto e regimento de criação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) “Estamira Gomes de Sousa”. A entrega da documentação (foto) ocorreu durante encontro entre a comissão fundadora de criação do núcleo e a Reitora em exercício, Antônia Marilia Medeiros Nardes.
A proposta do NEABI é elaborar, fomentar, acompanhar e promover ensino, pesquisa e extensão voltados à promoção da igualdade e diversidade étnico-racial, enfrentamento do racismo estrutural, institucional e sistêmico na sociedade brasileira. Sua elaboração envolveu lideranças de diversos segmentos e resulta de uma série de ações iniciadas ainda em 2019.
O projeto segue para avaliação do Conselho Superior Universitário (Consuni) para que possa receber a resolução de criação, sendo que o pleito conta com cartas de apoio das seguintes entidades: Coletivo Herdeiras do Quariterê; Grupo de Estudos e Pesquisa em Direitos Fundamentais e Interdisciplinaridade/GEDIFI/UNEMAT; Diretoria da Educação profissional Técnica de Nível Médio do IFMT/MT; Coletivo Professora Coraci; Centro Nacional de Cidadania Negra; Associação Araxá; Movimento Negro Unificado; Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso/ADUFMAT/ROO; Fórum Mato-Grossense de Pesquisadoras e Pesquisadores para as relações Étnico-Raciais.
Em nota, a professora Priscila Xavier Scudder, vinculada ao programa de graduação em História da UFR, explicou que o nome do Núcleo é uma homenagem à Estamira Gomes de Sousa, mulher negra, mãe, que sobreviveu durante décadas no aterro sanitário de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. Trata-se do reconhecimento da “[…] importância de uma escrita não hegemônica da história, o estabelecimento de uma pretografia, e de legitimar o testemunho histórico de pessoas e grupos subalternizados, de valorizarmos e aprendermos com o saber que carregam consigo, com suas cosmogonias e cosmovisões, suas explicações sobre a vida, sobre o mundo, sobre o funcionamento das estruturas de poder, pois suas vidas se constituírem em metáforas de liberdade”.
O fundador do Coletivo Professora Coraci, o IPC, Éverton Neves, que também é advogado e professor, entende que “criar um espaço de reflexão aprofundada, técnica, científica e de inclusão dos vários saberes é potente, pois a Educação deve ser entendida como mínimo dos mínimos existenciais, logo a sociedade e as políticas públicas devem olhar os dados, os números e as narrativas para construção de uma sociedade plural, de paz, antirracista”. (Da assessoria)