Prevenção à gravidez na adolescência está na pauta da Cassems
No Brasil, a primeira semana do mês de fevereiro é dedicada a discussão da prevenção à gravidez na adolescência, que tem como objetivo divulgar informações que contribuam para a redução da incidência da gravidez nessa fase da vida. Na Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), esse fenômeno é tratado pelos profissionais da saúde com delicadeza, cuidado e humanização. O programa de prevenção “Pode Crê”, voltado para a saúde do adolescente, oferece uma rede de atendimento multidisciplinar para beneficiários jovens com médicos especialistas, nutricionistas e psicólogos, na Clínica da Família.
Para a Cassems, a gravidez na adolescência é considerada uma questão de saúde pública pois, na maioria das vezes, uma jovem gestante não está preparada fisicamente e psicologicamente para gerar um filho. No entanto, com atenção à saúde de qualidade e apoio psicossocial, é possível tornar esse processo menos danoso, tanto para a mãe, quanto para o bebê. De acordo com a Associação Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência (Sogia – BR), em 2020, foram 380.780 nascimentos de filhos de adolescentes. De 10 a 14 anos foram 17.528 nascimentos e, de 15 a 19 anos, 363.252.
A diretora de Assistência à Saúde da Cassems, Maria Auxiliadora Budib, explica que, na maioria das vezes, uma gestação na adolescência não é planejada. “Como uma gravidez não é planejada, isso traz algumas consequências que vão ter um impacto para a vida inteira. É importante ter calma, tentar acolher os pais adolescentes e seus familiares para fazer daquele processo o menos traumático possível”
De acordo com Maria Auxiliadora, uma gestação na adolescência nem sempre é uma grande tragédia, como retratam, mas ainda tem graves consequências. “A gestante adolescente pode sentir felicidade, alegria e que a sua vida está sendo compartilhada com uma pessoa que vai chegar, mas também vai ter repercussões, como a evasão escolar, diminuição da capacidade de trabalho, menos resposta do mercado de trabalho, porque alguém tem que cuidar do bebê”.
Para a diretora de Assistência à Saúde, ainda, existe um “mito” de que os familiares criam falsas expectativas sobre o fenômeno da gestação na adolescência. “É comum que a família pense que, porque a pessoa não namora, ela não precisa prevenir uma gestação. No entanto, nem sempre é o que acontece, então, isso precisa ser colocado em debate”.
Conforme o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), em 2020, 1043 adolescentes se tornaram mães no Brasil, a cada dia. Por hora, nasceram 44 bebês filhos de mães adolescentes e, deste montante, 2 mães tinham de 10 a 14 anos.
Maria Auxiliadora Budib explica, também, que o estado de saúde pode se complicar de acordo com a idade da gestante. “Se a gestante adolescente tem até 14 anos, ela ainda está com o organismo em formação. Órgãos como a pelve e a mama ainda não estão completamente formados e isso traz um desbalanço de proporção com o bebê. Além disso, uma mulher com mais maturidade consegue identificar, por exemplo, quando está com uma infecção urinária e outros fatores de saúde que são importantes nesse período”.
Para prevenir doenças sexualmente transmissíveis e uma gestação não planejada, de acordo com a diretora de Assistência à Saúde, a melhor estratégia é conhecer o próprio corpo. “Meninas e meninos precisam ter um acompanhamento com profissional de saúde para conhecer o próprio corpo. Assim, eles reconhecem sintomas e sinais que o organismo dá”.
A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência foi instituída pela lei 13.798/2019 e incorporada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para orientar e conscientizar os jovens. (Da assessoria)