Abandonados por usina há cinco anos, trabalhadores pedem prioridade à Justiça
Nesta quarta-feira (6), ex-funcionários da Usina São Fernando de Dourados, que teve a falência decretada em julho de 2017 pela Justiça, fizeram uma manifestação em frente do Fórum de Dourados. Com faixas e clamando justiça (foto), eles pediram a liberação dos créditos trabalhistas, após a homologação da venda da massa falida da São Fernando para outro grupo empresarial, a Pedra Agroindustrial., sediada no interior de São Paulo.
Os trabalhadores clamam por seus créditos que estão habilitados junto ao processo número 0802789-69.2013.8.12.0002, que tramita na 5ª Vara Cível da Comarca de Dourados. É que existe a informação através da administradora judicial da massa falida, que a preferência de pagamento será para os bancos e não mais para os ex-funcionários.
Essa situação tem acarretado indignação aos ex-colaboradores, como Vanilson Castro do Nascimento, 46 anos, que prestou seus serviços por dez anos e seis meses à Usina São Fernando. Após a decretação de falência, Vanilson permaneceu trabalhando na massa falida, esperando a qualquer momento sua demissão, fazendo assim economias para se manter durante o processo do desemprego.
Para Joaquim Francisco Albertoni, 64 anos, que se manteve na usina por onze anos, foi necessário se manter com perseverança. Apesar de ter conseguido outro trabalho, perdeu o novo emprego ano passado, trazendo a necessidade de receber os créditos trabalhistas nesse momento. Por enquanto, Joaquim faz bicos cortando grama e árvores e complementa sua renda com o trabalho de sua esposa para manter a família.
Francieli Rocha da Silva, 35 anos, que também estava presente na manifestação, diz que trabalhou por sete anos na empresa. Ela é responsável por manter dois filhos e um neto. Com esperança e força de vontade, conseguiu outro emprego, correndo atrás para não passar por dificuldades financeiras, já que está há mais de cinco anos tentando receber os seus direitos trabalhistas. “Após a falência da usina, fiquei seis meses desempregada. Consegui receber minha rescisão depois de um ano, e ainda em cinco parcelas, ficando apenas o restante do FGTS”, pontua a ex-empregada. (Com reportagem e foto de Carol Viana)