Síndrome de Burnout aumenta está aumentando entre as mulheres
A imagem da mulher e mãe ainda está muito vinculada às formas idealizadas e romantizadas pela sociedade. A avaliação é da psicóloga Bruna Rodrigues, do Instituto Diferente Mente. Segundo ela, a romantização e o estereótipo de “Super Mulher” e “Supermãe” impõem às mulheres altos padrões a serem alcançados, gerando uma cobrança social para que se sobrecarreguem ainda mais para alcançar o patamar esse status em todos os aspectos da vida, carregando uma imensa pressão e ansiedade por isso.
A psicóloga afirma que é possível notar a síndrome de Burnout acontecendo com maior frequência entre as mulheres por conta das atividades acumuladas ainda mais durante o período mais rígido do isolamento da covid-19. Ela destaca que a mulher hoje está inserida no mercado de trabalho e ao mesmo tempo cumprindo todas as atividades domiciliares, que envolvem o cuidado da casa e o cuidado dos filhos.
Embora os trabalhos domésticos e os cuidados com os filhos sejam de responsabilidade de homens e mulheres, por conta de toda a idealização e pressão social, Bruna alerta que elas estão em uma constante cobrança interna e precisam fazer sempre o dobro ou mais para provar que são capazes, gerando um grande desgaste.
Desde janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome como como doença ocupacional e foi codificada na classificação de doenças como um quadro de estresse crônico relacionado ao trabalho. Contudo, mesmo o trabalho doméstico fazendo parte e sobrecarregando as mulheres, a psicóloga afirma que não pode ser considerado quando falamos em diagnóstico de Burnout.
Bruna destaca a pesquisa Women in the Workplace 2021, elaborada pela LeanIn.Org e McKinsey & Company, que revela que em média 42% das mulheres sofrem de sintomas de síndrome de Burnout em contrapartida, para os homens, a média é de 35%.
O levantamento aponta que as mulheres estão cada dia mais sobrecarregadas e mais propensas a adoecer. Esse tipo de problema se acentuou muito também devido a nova dinâmica nas relações profissionais com a implantação do trabalho remoto, que gera, muitas vezes uma sobrecarga e acúmulo de funções gerando um efeito cascata.
“Podemos identificar sinais em um indivíduo sofrendo com o Burnout, quando tudo que era prazeroso no trabalho se torna extremamente desagradável, a produtividade cai, o cansaço físico e mental é enorme e não passa, a pessoa pode começar a ter sintomas fisiológicos como dores de barriga, tontura”, pontua a psicóloga.
Tratamento
Quando identificado os sintomas o ideal é procurar ajuda de um psicólogo, segundo a especialista: “O tratamento será definido de acordo com o grau de esgotamento do indivíduo.
Se o grau é elevado e tem impactado fisiologicamente e socialmente, então se faz necessário, além de um acompanhamento psicológico, alguma intervenção medicamentosa para que essa problemática diminua, para que a pessoa consiga uma integração melhor dentro do processo psicoterapêutico.
Mas, se os sintomas são mais leves um acompanhamento psicológico é algo muito agregador dentro desse processo de tratamento”.
O cuidado com a saúde mental deve fazer parte de diálogos constantes, recomenda a psicóloga, pois muitos ainda tratam o Burnout, a ansiedade e depressão como preguiça ou reclamações sem fundamento. Ela salienta que é preciso falar cada dia mais sobre esses assuntos para que o olhar para o próximo seja de mais empatia e para que as cobranças sociais não deixem mais pessoas doentes. (Fonte: Portalnews)