Hospital realiza procedimento inédito para correção de arritmia cardíaca
Uma equipe com três cardiologistas realizou um procedimento inédito em Mato Grosso para correção de arritmia cardíaca, em um paciente de 38 anos. A cirurgia ocorreu nno dia 15 de julho, na Hemodinâmica do Hospital Santa Rosa, de Cuiabá-MT, e foi liderada pelos médicos eletrofisiologistas Henrique César de Almeida, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, José Silveira Lage e Hebert Donizeti Salermo, ambos da Cardioritmo, de Cuiabá.
O procedimento, denominado crioblação, consiste na cauterização de focos que causam arritmia no coração a uma temperatura entre -40ºC a -70ºC. “É uma técnica inovadora, já consagrada nos Estados Unidos, Europa e em hospitais de grandes centros brasileiros. E nessa sexta Mato Grosso recebeu a primeira cirurgia de correção de arritmia com essa tecnologia”, destacou Lage.
Segundo o médico de Brasília, Henrique César de Almeida, convidado pela equipe mato-grossense para participar da primeira crioblação do estado, ao invés de calor utiliza-se nitrogênio no procedimento. “Antes, no método tradicional, a cirurgia poderia durar de quatro a cinco horas, o paciente tinha que ser anestesiado e ir para UTI. E tempo de cirurgia, mais anestesia são sempre fatores que podem levar a mais complicações. Com a crioblação, o tempo reduz para cerca de 2 horas, sem necessidade de anestesia, apenas uma sedação, e o paciente se recupera mais rápido”, ressaltou Henrique.
Dados apresentados por Henrique, indicam que pelo menos 15% das pessoas com 80 anos ou mais sofram de fibrilação atrial, que em um momento de crise, faz com que o coração dispare mais que o dobro do recomendado para uma pessoa jovem e saudável. Além de idosos, a arritmia cardíaca pode afetar qualquer pessoa, inclusive jovens. “Ela é o motivo de vários casos de AVC”, frisou Henrique.
Foi o caso do paciente operado no Santa Rosa. Cardiologista intervencionista e especialista em eletrofisiologia, José Silveira Lage, explicou que o paciente tem 38 anos e teve vários episódios de fibrilação atrial (arritmia cardíaca). “É uma arritmia muito frequente junto à população em geral. No caso dele, ficou internado várias vezes, e quando os episódios ocorriam, sofria com muitos sintomas de taquicardia (coração disparado). E mesmo com uso de medicamento, o tratamento não evoluía. Por isso, foi recomendada a crioblação”.
Ainda de acordo com Lage, o índice de sucesso é superior a 90%. “Ele vai continuar sendo acompanhado por, pelo menos, mais um ano, mas já sem uso de medicamentos. Poderá voltar a praticar atividade física e ter mais qualidade de vida”, disse o cardiologista.
A técnica de crioablação já existe no país desde 2015. Em Brasília, o Grupo Santa já realiza desde 2018. Em Mato Grosso, o único hospital que realizou o procedimento no momento é o Santa Rosa, integrante do Grupo Santa. “Acreditamos que a partir desse primeiro procedimento conseguiremos atender mais pessoas, ajudando em casos que necessitem desse tipo de tratamento”, destacou Lage. (Da assessoria/Dialog)