Com morte de rainha da Inglaterra, sucessão é imediata e Charles é o novo rei

A Grã-Bretanha tem um novo rei e um novo chefe de Estado, assim como 15 outros países, incluindo Austrália, Canadá e Nova Zelândia, que também têm o monarca britânico como seu chefe de Estado: Charles Philip Arthur George (foto).

O longo reinado da rainha Elizabeth 2ª terminou no instante da sua morte. Naquele momento, o trono passou imediatamente para o filho mais velho, Charles, o príncipe de Gales.

Assim funciona a monarquia hereditária. A linha de sucessão é definida por leis que vêm dos séculos 17 e 18. Não há um segundo sequer em que o trono fique vago.

O príncipe Charles precisa agora decidir que nome adotará – poderia ser Charles 3º ou mesmo outro nome, como por exemplo George 7º, para homenagear o avô, George 6º, que reinou durante a Segunda Guerra Mundial.

Proclamação – A ascensão do novo rei ao trono será proclamada pelo Conselho de Ascensão no Palácio de St. James, no período de 48 horas após o anúncio da morte da rainha.

Esta é a única ocasião em que todo o Conselho Privado, formado por cerca de 500 notáveis, entre ministros atuais e antigos, é convocado.

Após o término do Conselho de Ascensão, a proclamação será lida do terraço principal do Palácio de St. James por um funcionário conhecido como Rei de Armas da Jarreteira.

A leitura da proclamação principal será seguida de uma salva de 41 tiros de canhão no Hyde Park e de 62 tiros na Torre de Londres.

Também serão lidas proclamações na City londrina – o centro financeiro do país -, nos portões do Castelo de Edimburgo, na Escócia, e no Castelo de Hillsborough, em Belfast, na Irlanda do Norte.

O hino nacional “God save the queen” (“Deus salve a rainha”) será imediatamente alterado para saudar o novo rei e assim passará a ser “God save the king” (“Deus salve o rei”).

O monarca britânico não “toma posse” como acontece com outros chefes de Estado.

A coroação é o ponto alto da sua ascensão ao trono e é uma cerimônia simbólica: um serviço religioso, realizado na Abadia de Westminster e presidido pelas mais altas autoridades da Igreja Anglicana.

Luto comandado pelo novo rei – O primeiro compromisso do novo rei é comandar o luto nacional por sua mãe.

Uma grande e meticulosamente planejada operação já começou. Espera-se que cinco dias depois da morte, o caixão com o corpo da rainha seja levado numa tradicional carruagem de artilharia do Palácio de Buckingham ao Palácio de Westminster.

Ele deve passar três dias em Westminster Hall para que o público possa prestar suas homenagens.

Nove dias após a morte, deve acontecer o funeral de Estado da rainha Elizabeth 2ª, na Abadia de Westminster.

A Grã-Bretanha não vê um funeral de Estado desde 1965, quando morreu o ex-premiê Winston Churchill, que liderou o país na Segunda Guerra Mundial.

Os funerais da princesa Diana, em 1997, da rainha-mãe, em 2002, e da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, em 2013, foram grandes eventos cerimoniais e não tiveram status de funeral de Estado. Nem mesmo a cerimônia fúnebre do marido da rainha, o príncipe Philip, duque de Edimburgo, em 2021, foi um funeral de Estado. Ele foi enterrado segundo o protocolo correspondente a uma cerimônia real.

Após o funeral, o caixão com o corpo da rainha será levado na carruagem de artilharia, conduzida por militares da Marinha até o Castelo de Windsor, onde a rainha Elizabeth 2ª será enterrada, na Capela de St. George.

Seus restos mortais ficarão ao lado dos do pai e da mãe. (Por Nicholas Witchell, correspondente Real da BBC)

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