Há 20 anos, indústria de Cuiabá transforma lixo do agro em tubulações para energia e água
A empresa de Cuiabá Plastibras chega a duas décadas de atuação agora em abril como exemplo internacional de sustentabilidade, produzindo dutos corrugados, a partir da reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas devolvidas pelo agro mato-grossense.
Esses dutos são tubulações de excelência usadas para passagem de cabos elétricos e drenagem de águas, essenciais em grandes obras da construção civil e às centrais elétricas.
Os recipientes – que são a matéria prima para a produção das tubulações – são entregues ao Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), pelos empresários do agro, e distribuídas para a rede de logística reversa, da qual a Plastibras faz parte.
No país, somente cinco empresas fazem esse tipo de reciclagem. Considerando também embalagens de aço e papelão descartadas pelo agro, ao todo são nove.
O esforço de sustentabilidade da Plastibras de auxiliar o planeta na transformação verde foi reconhecido na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em novembro de 2021, em Glasgow, na Escócia. Entre diversas empresas brasileiras, a Plastibras representou o Brasil no evento mundial. “Isso para nós é um grande orgulho”, celebra o diretor Executivo da Plastibras, Adilson Valera Ruiz. “A preocupação ambiental é mundial e estamos inseridos entre os que veem encontrando saídas seguras, transformando resíduo em geração de empregos e novos produtos. Pegamos material que era um problema e acaba virando opção de trabalho, case de sucesso internacional de sustentabilidade. Tanto é que a Plastibras foi destaque na COP 26 da Escócia junto com grandes empresas preocupadas com a sustentabilidade planetária”, relata o Adilson.
Segundo ele, o volume de embalagens de defensivos agrícolas usados no agronegócio mato-grossense era uma preocupação. Por conterem produtos químicos, o descarte impróprio pode representar riscos à saúde humana, no entanto não havia limites legais. Porém há duas décadas por autoria do então senador mato-grossense Jonas Pinheiro, já falecido, surgiu a Lei federal nº 9.974/00. Desde a sua vigência, fabricantes de defensivos agrícolas são os responsáveis pela correta destinação das embalagens vazias de seus produtos. Em 2002, por obrigação legal, eles criaram o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (O inpEV). O InpEV é que recolhe o rejeito e distribui à indústria de transformação, junto ao empresariado do campo.
O Diretor Executivo da Plastibras afirma que, em todo esse tempo, a consciência ambiental se fortaleceu muito e sedimentou uma cadeia de compromisso de logística reversa, que já reciclou mais de 690 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas.
Em fevereiro deste ano, a Plastibras expandiu e incorporou uma empresa em Valinhos (SP), a Apoloplast, que também é do mesmo ramo de produção de dutos corrugado, com a mesma proposta de sustentabilidade. Como uma das primeiras medidas administrativas, foi ampliado o turno produtivo na Apoloplast, o que significa aumento das vagas de trabalho e geração de renda na região.
(Por Keka Wennerck, da assessoria)