MP do MT investiga contrato de empresa alvo de operação também com Rondonópolis

Ambulância da Qualycare, uma das empresas investigadas na Operação Sangria, da Defaz

Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito para apurar possíveis irregularidades em contrato mantido entre a Qualycare Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar Ltda e a Prefeitura de Rondonópolis. A empresa é um dos alvos da segunda fase da Operação Sangria, deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) em dezembro de 2018.

O promotor de Justiça Wagner Antonio Camilo justificou a abertura do procedimento citando a possibilidade de que as fraudes constatadas pela Defaz em contratos com o Estado e com a Prefeitura de Cuiabá também tenham ocorrido em Rondonópolis. A portaria foi publicada na segunda (7).

Na Operação Sangria, além da Qualycare, são investigados contratos com a Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna) e a Prox Participações, todas ligadas a um grupo que seria liderado pelo ex-secretário de Saúde de Cuiabá e ex-presidente da Empresa Cuiabana de Saúde, Huark Douglas Correia.

Segundo as investigações, o ex-secretário Huark teria firmado contratos da ordem de R$ 10 milhões com a prefeitura da Capital em período em que era representante da ProClin. Além disso, entre 2011 e 2018, as três empresas receberam R$ 82 milhões em contratos com o governo, de acordo com um relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE).

O promotor pediu que a CGE forneça, no prazo de 10 dias, o relatório para que sirva de parâmetro para as investigações em Rondonópolis.

A Qualycare foi contratada em 2016 pela Prefeitura de Rondonópolis para a prestação de serviços de transporte de UTI terrestre e atender os pacientes usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) durante transferências hospitalares entre hospitais de referência no Estado. De acordo com o Portal da Transparência da prefeitura, o contrato foi firmado no valor de R$ 202.896,00 com validade até 24 de junho de 2017.

O promotor deu um prazo de 10 dias para que o município forneça cópia integral do contrato e eventuais aditivos, além do processo de licitação, para que sejam analisados.

Sangria

A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 4 de dezembro, com mandados de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que incluíram um escritório de Huark. A polícia identificou que os envolvidos teriam ocultado documentos relativos aos contratos investigados.

No dia 14 de dezembro, um segundo inquérito policial (196/2018) foi instaurado, após a Polícia Civil detectar que os investigados agiam para obstruir o trabalho da Justiça. O grupo teria destruído documentos e apagado arquivos de computadores das empresas investigadas. Além disso, testemunhas teriam sido coagidas.

Na ocasião foram presos o ex-secretário Huark Douglas, os médicos Fábio Liberali Weissheimer e Luciano Correa Ribeiro, o advogado Adriano Luiz Sousa, o ex-secretário-adjunto municipal de Saúde Flávio Alexandre Taques da Silva, além de Kedna Iracema Fonteneli Servo, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.

Com exceção de Flávio Alexandre Taques, todos os demais alvos foram soltos por decisões da Justiça.

(Por Mikhail Favalessa, do RDnews)

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