Com apoio da Câmara, município quer impedir trilhos da Rumo invadindo bairros de Rondonópolis
A Câmara de vereadores de Rondonópolis, cumpriu com o compromisso assumido pelo presidente Júnior Mendonça (de chapéu ao centro da foto), ao endossar a medida adotada pelo prefeito José Carlos Araújo Junqueira em revogar a Certidão de Uso e Ocupação de Solo da empresa Rumo Logística.
A empresa insiste em manter o traçado da ferrovia a 40 metros da cidade, cortando alguns bairros como o Maria Amélia, Pedra 90, Vila Olinda e parte da Vila Operária, inclusive matando nascentes e degradando parques ecológicos, como o Escondidinho. No caso do bairro Maria Amélia, a situação é ainda mais grave, pois os trilhos passariam a cerca de 30 metros.
No final do mês de outubro, a Câmara de Vereadores realizou uma audiência pública proposta pelo vereador Adonias Fernandes (MDB), para discutir com a sociedade a questão dos trilhos. O presidente Júnior Mendonça foi enfático na ocasião ao afirmar que, se houvesse insistência por parte da empresa Rumo, a Câmara Municipal, através dos 21 parlamentares, deveria elaborar uma minuta de lei, proibindo de acordo com a Lei Orgânica do Município, que os trilhos passassem por dentro da cidade.
A revogação assinada na tarde de terça-feira (14) pelo prefeito com o apoio da Câmara e que deve ser judicializada imediatamente pela Prefeitura, se deu exatamente pela falta de respeito da empresa Rumo com o município e com os poderes constituídos.
Com cartazes, várias famílias moradoras dos bairros que poderiam ser afetados pela passagem dos trilhos, acompanharam a reunião de assinatura de embargo da obra, pedindo mais segurança principalmente para as crianças.
O presidente da associação de moradores do bairro Maria Amélia, Michael Pereira, que é ex-ferroviário, disse que o mais acertado seria que os trilhos passassem a 40 quilômetros da cidade. “Posso citar vários pontos negativos com a proximidade dos trilhos, um deles é o perigo de acidentes, de descarrilamento, o que seria catastrófico”.
“Se for preciso vamos mudar a lei de zoneamento, ampliar a parte urbana do município, mas dentro da nossa cidade os trilhos não vão passar. Não vamos colocar em risco a segurança da nossa população em detrimento do enriquecimento da empresa em questão e de seus diretores. Precisamos preservar essas famílias e permitir que nossas crianças cresçam com segurança”, afirmou o presidente da Câmara.
(Da assessoria, com redação)