Presidente da Fundação Palmares e um dos fundadores do Olodum, João Jorge Rodrigues celebrou o primeiro dia de Carnaval e lembrou o marco dos 50 anos dos blocos afro na Bahia, a partir da fundação do Ilê Aiyê em 1974.
“Estamos vivendo um momento especial pela comemoração de instituições que sobreviveram ao tempo. A luta contra o racismo na Bahia ganhou símbolos poderosos da cultura da resistência. Isso é um exemplo para todo o Brasil”, afirmou João Jorge.
Ele afirmou que ainda há muito avançar no enfrentamento ao racismo estrutural e institucional, mas destacou conquistas deste último meio século a partir da luta de homens e mulheres engajados na causa da igualdade racial: “Não acabou com o racismo, mas já é outro mundo”.
Em 2024, pela primeira vez em muitos anos, o Olodum conseguiu um patrocínio privado em uma parceria com uma grande rede de supermercados. O bloco também recebe recursos da Prefeitura de Salvador e do governo do estado.
Nesta sexta, nas ruas do Pelourinho, o Olodum cantou alguns de seus maiores sucessos, acompanhado por sua percussão. Músicos da banda faziam acrobacias com tambores e baquetas.
A apresentação foi acompanhada por artistas, representantes do setor cultural e autoridades, incluindo o governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Ele celebrou os 45 anos do bloco e destacou a importância de dinamizar a vida no Pelourinho, cujo conjunto arquitetônico é considerado patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. “Festa e cultura é importante, mas precisamos olhar para as pessoas que moram aqui”, afirmou.
O bloco volta à avenida no domingo (11), no circuito Barra-Ondina, e faz novo desfile na terça-feira (13), no circuito do Campo Grande.
Neste ano, a banda tem de volta o cantor Narcizinho, que retorna depois de três anos e se junta a Lucas di Fiori e Lazinho.
(Folha Press)