Protestos e paralisações contra cortes na educação ocorrem em quase 200 cidades do país
Todos os estados e o Distrito Federal registraram, nesta quarta-feira (15), manifestações contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Pela manhã, houve atos em ao menos 149 cidades. Universidades e escolas também fizeram paralisações após convocação de entidades ligadas a sindicatos, movimentos sociais e estudantis e partidos políticos.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que não gostaria de contingenciar verbas, mas que isso é necessário. Ele também declarou que os manifestantes são “uns idiotas úteis, uns imbecis”.
“A maioria ali é militante. É militante. Não tem nada na cabeça. Se perguntar 7 x 8 não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. Não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, afirmou Bolsonaro nesta quarta, durante visita ao Texas (EUA).
Veja a situação dos protestos nos estados:
São Paulo
À tarde, manifestantes protestaram na Avenida Paulista contra os cortes na educação. O ato se concentra em frente ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp); os dois sentidos da via foram interditados.
Pela manhã, na capital paulista, estudantes e professores da Universidade de São Paulo (USP) — que é estadual, mas foi afetada pela suspensão de bolsas de pós-graduação — fecharam uma das entradas da instituição, na Zona Oeste da cidade.
Estudantes secundaristas também faziam manifestação, pouco depois das 7h, pelas ruas de Higienópolis, bairro nobre da região central de São Paulo.
Em Campinas, no interior do estado, houve dois atos. Em um deles, a avenida que dá acesso aos câmpus da Unicamp e da PUC-Campinasfoi bloqueada no início da manhã por estudantes.
Em seguida, manifestantes encheram o Largo do Rosário. Em Sorocaba, também no interior, ao menos uma escola e uma faculdade ficaram sem aula.
Em Santos, no litoral, petroleiros também se juntaram ao movimento, que também incluiu a defesa das refinarias e o protesto contra a privatização e a reforma da Previdência. Em Bauru, estudantes e professores protestaram em ato em frente à Câmara Municipal. Também houve atos e paralisações em Ourinhos e Marília. Estudantes e servidores de Boituva também participaram de ação na Praça da Matriz.
Também no interior, estudantes da USP e da Unesp fizeram atos em Ribeirão Preto e em Jaboticbal, além de Presidente Prudente e Piracicaba. Em Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e Suzano, no Alto Tietê, professores e estudantes se manifestaram pela manhã. Araraquara, Rio Claro e São Carlos também registram atos de alunos.
No Noroeste Paulista, alunos fizeram manifestações em Catanduva, São Joé do Rio Preto, Araçatuba e Votuporanga.
No Vale do Paraíba, escolas e universidade em São José, Taubaté r Guaratinguetá não funcionaram nesta manhã.
Rio de Janeiro
No Rio, manifestantes se reuniram na Candelária, no Centro, para protestar. Também havia movimentação na Praça XV.
Universidades e escolas suspenderam as atividades para protestar. No início da manhã, não havia movimentação em escolas tradicionais como o Colégio Pedro II. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro estão entre as que confirmaram paralisação.
Na Região Serrana há manifestações em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo e algumas escolas estão sem aulas. Na Região dos Lagos, estudantes do IFF se reuniram em Maricá.
Bahia
Na Bahia, escolas públicas e particulares de Salvador amanheceram sem aula. A suspensão das atividades ocorre somente nesta quarta. Estudantes e professores fizeram protesto no Centro da cidade que, segundo organizadores, reuniu 50 mil pessoas. A PM não divulgou estimativa de público até a última atualização desta reportagem.
Ceará
Em Fortaleza, um grupo de estudantes de instituições federais do Ceará bloqueou a Avenida da Universidade, no Bairro Benfica. O ato começou por volta das 5h. Por volta de 7h20, os estudantes desbloquearam a via e seguiram para outro protesto no Centro de Fortaleza.
Juazeiro do Norte, Tauá, Crato, Sobral Cedro, Iguatu , Canindé, Crateús, Quixadá e outras cidades do interior do Ceará também tiveram mobilização de estudantes e professores.
Minas Gerais
Em Belo Horizonte, estudantes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) participaram dos atos, que começaram às 7h na na Avenida Amazonas, no bairro Nova Suíça. Eles carregavam faixas com dizeres como “Luto pela educação” e “A aula hoje é na rua”. Os protestos se espalharam por outras partes da cidade e concentraram o maior público no Centro.
Escolas municipais e estaduais, além de universidades e instituto federais das regiões da Zona da Mata e Campo das Vertentes também aderiram à paralisação.
Na região de Montes Claros servidores e estudantes aderiram ao movimento. Houve protestos em Almenara, Araçuaí, Janaúba, Porteirinha, Januária, Pirapora, Salinas e Teófilo Otoni.
Em Uberaba, alunos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) fizeram uma passeata. Em Divinópolis, servidores da rede municipal e estadual de ensino paralisaram as atividades.
No leste e nordeste de Minas Gerais, estudantes e professores realizam um ato em Governador Valadares.
No Sul de Minas, atos ocorreram em Varginha e Poços de Caldas.
Sergipe
Em Aracaju, os manifestantes bloquearam um dos acessos ao campus da Universidade Federal de Sergipe. Estudantes também se concentraram na porta do Instituto Federal de Sergipe (IFS).
Tocantins
Em Palmas, estudantes fecharam o portão de entrada da Universidade Federal do Tocantins e da Universidade Estadual do Tocantins. Com cartazes e latas, os manifestantes faziam barulho e gritam palavras de ordem pedindo mais atenção para educação.
No interior do estado, também há manifestações em Gurupi, Araguaína, Dianópolis e Araguatins.
Pernambuco
Em Pernambuco, houve paralisação de professores de universidades federais . Na Zona Oeste do Recife, professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) fizeram atendimento à população gratuitamente, como formar de conscientizar sobre a importância do serviço prestado. Em Caruaru, no Agreste pernambucanao e em Serra Talhada, no Sertão, manifestantes também foram às ruas. Também há manifestações na região de Petrolina e Terra Nova.
Distrito Federal
No DF, escolas da rede pública de ensino suspenderam as aulas nesta manhã. Na Esplanada dos Ministérios, manifestantes se reuniram em frente à Biblioteca Nacional e seguiram pela via em direção à Praça dos Três Poderes. Por volta de 11h20, a PM estimava cerca de 15 mil manifestantes. Os organizadores falavam em 50 mil pessoas.
Paraíba
Na Paraíba, instituições públicas de ensino básico, fundamental, médio e superior suspenderam as atividades. Além da capital, João Pessoa, cidades como Campina Grande, Sousa e Areia tiveram protestos.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, escolas e universidades pararam as atividades. Em Porto Alegre, a Polícia Militar usou gás lacrimogênio e bombas de efeito moral para dispersar manifestantes na frente da UFRGS. Um grupo havia bloqueado a rua do local.
Na região de Santa Maria, ao menos 50 escolas municipais e estaduais amanheceram sem aulas. Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria bloquearam uma via da cidade. Também há protestos e paralisações em Rio Grande, Caxias do Sul, Panambi e Cruz Alta.
Maranhão
Em São Luiz, manifestantes bloquearam a Avenida dos Portugueses. A presidente da Associação dos Professores da Ufma, Sirliane Paiva, afirmou que o corte invibializa o progresso do ensino público.
Alagoas
Em Maceió, integrantes de entidades sindicais, professores, funcionários e alunos do ensino público federal, estadual e municipal realizaram protesto nesta manhã no bairro do Farol.
Rio Grande do Norte
Escolas estaduais do Rio Grande do Norte suspenderam as aulas como orma de adesão ao protesto nacional. Houve manifestações em Natal, São Gonçalo do Amarante, Mossoró, Nova Cruz, Currais Novos e Caicó.
Piauí
Em Teresina, estudantes universitários e secundaristas ocuparam a Praça Rio Branco, no Centro, e seguiram até o prédio da prefeitura.
No interior do estado foram realizados protestos em Parnaíba, Cocal e Angical do Piauí.
Goiás
Em Goiás, escolas e universidades suspenderam as aulas por conta dos atos. Além da capital, Goiânia, cidades como Jataí e Catalão também tiveram protestos.
Paraná
Em Curitiba, manifestantes se reuniram em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na praça Santos Andrade. Também há protestos em Maringá e Ponta Grossa.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, houve manifestações de professores e estudantes em cidades como Florianópolis e Itajaí. Foram registrados atos em Florianópolis, Itajaí e Blumenau, no Vale; São Francisco do Sul e Camboriú, no Litoral Norte catarinense; Lages, na Serra; Joinville, no Norte; e Concórdia e Chapecó, no Oeste. À tarde, manifetaram fizeram atos em Florianópolis, São Miguel do Oeste, Blumenau e Camboriú.
Amazonas
Em Manaus, servidores e alunos da Universidade Federal do Amazonas fizeram ato na Avenida Rodrigo Otávio, Zona Sul da cidade. Duas faixas da via foram bloqueadas pelos manifestantes.
Acre
Em Rio Branco, funcionários e estudantes da Universidade Federal do Acre fizeram um café da manhã na rua e fecharam o principal acesso à instituição. Também foram registrados atos de professores, alunos e servidores do Instituto Federal do Acre (Ifac), em Rio Branco, e em algumas cidades do interior do estado.
Na capital, centrais sindicais fecharam, pela manhã, a avenida Brasil, uma das principais do município. O movimento conta com ao menos 1,2 mil pessoas, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizadora do ato.
Mato Grosso do Sul
scolas municipais e estaduais, além de instituições federais em Mato grosso do Sul, aderiram à greve de um dia contra os bloqueios na educação nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã e Dourados. Há manifestações em câmpus de vários municípios de pelo menos duas instituições federais: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul.
Roraima
Em Boa Vista, professores, técnicos e estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR), fecharam os portões da instituição. Além da UFRR, participam do ato o Instituto Federal de Roraima (IFRR) e parte da Universidade Estadual (UERR). O Colégio de Aplicação da UFRR e a Escola Agrotécnica também paralisaram.
Pará
No Pará, as universidades federais paralisaram as atividades. Segundo sindicato, em Belém, mais de 10 mil trabalhadores técnicos, estudantes e professores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Instituto Federal do Pará (IFPA) ficaram concentrados em frente ao prédio do Instituto de Ciências das Artes (ICA). Também houve atos em cidades como Marabá e Santarém.
Mato Grosso
Instituições federais, estaduais e municipais de educação em Mato Grosso também aderiram à paralisação nacional, com manifestações em Cuiabá e Rondonópolis.
Espírito Santo
Em Vitória, estudantes e professores da ede estadual de ensino seguiram em protesto da Praça do Papa em direção à Assembleia Legislativa do Espírito Santo.
Rondônia
Estudantes e professores da Instituto Federal de Rondônia (Ifro) izeram um manifesto no campus do Ifro de Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia. Os alunos e servidores se reuniram no Ifro e logo depois caminharam até a rotatória principal da cidade.
Em Porto Velho, estudantes da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) protestaram no centro da cidade.
Em Vilhena, a manifestação foi convocada por sindicatos de professores junto com instituições de ensino.
Amapá
Estudantes, professores e servidores protestaram no campus Macapá da Universidade Federal do Amapá (Unifap) . Com faixas, cartazes e caixas de som, o grupo fechou a entrada da universidade, localizada na Zona Sul da capital.
(Fonte: G1)