Apos reunião, governo diz que focos de incêndio diminuíram, mas não apresenta dados

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que até o dia 25 de agosto, satélites registraram 25.934 focos de incêndio na Amazônia – Foto: AP Photo/Eraldo Peres

Após uma reunião de última hora no Ministério da Defesa com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o porta-voz da presidência, Otávio Rego Barros, afirmaram que os focos de incêndio na Amazônia estão diminuindo. Os representantes do governo, entretanto, não divulgaram nenhum dado oficial que indique a diminuição. Bolsonaro, Azevedo e Silva, Rêgo Barros e mais cinco ministros participaram da reunião.

O ministro da Defesa afirmou que “já tivemos anos piores”, mas que a situação não está fora de controle, e que houve “ajuda meteorológica”. Questionado quais eram os dados que corroboravam a afirmação do ministro, ele afirmou que os números têm sido divulgados pela imprensa. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que até o dia 25 de agosto, satélites registraram 25.934 focos de incêndio na Amazônia. O número é inferior ao maior pico já registrado, de 2005, quando fora, registrados focos 63.764. O número, entretanto, não passava de 22 mil desde 2010.

Azevedo e Silva e Rêgo Barros não descartaram a ida de Bolsonaro à região da Amazônia, o que deve ser apenas “a partir da metade da semana”. “O planejamento de reestruturação da agenda do senhor presidente está sendo realizado com a possibilidade, mas eu não quero avançá-lo. Mas a partir da metade da semana é possível que nos tenhamos essa equipe lá, in loco, para acompanhar a evolução positiva dos trabalhos desencadeados”, disse Rêgo Barros. Azevedo e Silva se limitou a dizer que o presidente “deve sobrevoar” a região.

Questionado sobre as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, o porta-voz da presidência demonstrou irritação. Macron disse que há possibilidade da discussão da definição de um “status internacional” da Amazônia. Rêgo Barros não esperou a conclusão da pergunta do repórter para afirmar que o assunto não foi abordado na reunião. “Não há discussão com relação à soberania do país. Outra pergunta”, seguiu o porta-voz. Quando perguntado uma segunda vez sobre o tema, Rêgo Barros afirmou que apenas o país fala sobre a Amazônia. “Sobre a Amazônia brasileira fala o Brasil, as suas Forças Armadas e, mais do que o Brasil e as Forças Armadas, a sociedade, que são as Forças Armadas não fardadas”, concluiu.

Ajuda internacional

O ministro da Defesa afirmou também que Chile e Equador já formalizaram ajuda. O Chile deve disponibilizar 4 aeronaves e 40 especialistas para o combate dos focos de incêndio. Equador também disponibilizou 40 brigadistas e um avião. Das Forças Armadas brasileiras, cerca de 2500 a 2700 efetivos destacados para o combate ao fogo nas áreas da Amazônia Legal. O ministro também afirmou que a possibilidade de ajuda financeira do G7, grupo das maiores potências econômicas mundiais, não foi discutida na reunião.

(Fonte: Yahoo! Noticias)

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