Aumenta a inclusão de jovens da Apae no mercado de trabalho em Mato Grosso
Anderson Henrique da Silva, 29, está há mais de 11 anos no emprego e se prepara para no futuro alcançar o cargo de gerente. Já Melissa Souza Faleiro, 22, está juntando dinheiro para fazer uma viagem para a Disney e conhecer pessoalmente o Mickey. Enquanto isto, Alisson de Souza Nunes se prepara para ser dançarino e a campeã brasileira de tênis de mesa, Samara Pinho da Silva, 17, treina incessantemente para ser craque. Todos estes jovens são da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae ) e mostram que a real inclusão é possível com oportunidade. Eles estudam, trabalham e desenvolvem diariamente suas habilidades em busca da tão sonhada autonomia, uma palavra ainda utópica para maioria das pessoas com deficiência.
Diretora da Apae, Patrícia Alves Guimarães explica que ter um emprego é algo de extrema importância para o desenvolvimento das pessoas com deficiências, seja ela física ou intelectual. “Muitos empregadores chegam aqui com um estereótipo formado e depois descobrem que é tudo diferente”. A principal diferença que surpreende o empregador é a responsabilidade deles em relação às atividades e a disciplina. Depois, vem a questão da afetividade e das habilidades, que são diversas.
Segundo a diretora, outro problema é a superproteção dos pais. Patrícia explica que os responsáveis querem poupar os filhos do sofrimento e, muitas vezes, acabam isolando-os. “No caso de Alisson e Melissa, por exemplo, os pais ficaram preocupados quando eles começaram a trabalhar, mas depois dos primeiros meses ficaram contentes e, atualmente, só sabem relatar as melhorias”.
Assistente social da Apae, Priscila Rosa da Silva explica que o acesso ao trabalho é difícil, como aos demais canais de inclusão. Na educação, por exemplo, os estudantes com deficiência intelectual “passam” pelas escolas regulares. Isto porque eles não são estimulados da forma correta a aprender. “Sem saber o que fazer, vão passando os alunos de sala e quando eles procuram a Apae, estão com 15 anos sem saber ler e nem escrever, mesmo tendo habilidade para isto”.
Nos outros campos, a assistente ressalta que a situação é semelhante. “Os pais relatam que esperam mais de 6 meses para conseguir uma consulta no neurologista. Onde está a inclusão na saúde?”. Para Priscila, a única inclusão que realmente acontece é a acessibilidade nos lugares públicos. “A eficiência está na fiscalização e nas penalidades aplicadas”.
(fonte: A Gazeta)