Médica contrária ao isolamento social morre vítima do coronavírus
A médica, que participou de uma carreata contra o isolamento social em Fortaleza, começou a apresentar sintomas da covid-19 ao retornar para a cidade que morava, Iguatu. Lúcia fez o exame para a doença e testou positivo, ela chegou a ficar internada por dez dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e na semana passada seu estado de saúde agravou. Ela acabou não resistindo à infecção no pulmão.
Em suas redes sociais, a médica chegou a dizer que: “Existem vírus muito mais potentes e que matam muito mais (H1N1 por exemplo) e ninguém está nem aí para eles. Por que será?”, escreveu Lúcia, com imagem que também criticava a cobertura da imprensa sobre a pandemia.
No dia 27 de março, ela compartilhou uma convocação para uma carreata pela reabertura do comércio em Recife, organizada por empresários.
Após sua morte, todas as publicações relacionadas ao coronavírus foram apagadas.
A médica Lúcia Abrantes trabalhava na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Sítio Gadelha, na zona rural de Iguatu. A profissional também dava plantões no Hospital Municipal de Quixelô e no Hospital Regional de Iguatu.
Iguatu, de 100 mil habitantes, fica 370 quilômetros ao sul de Fortaleza. O Ceará é o terceiro estado brasileiro com mais casos de coronavírus, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
(Fonte: Catraca Livre)