A importância de acessibilidade e inclusão na assistência à saúde de pessoas com deficiência
De acordo com a pesquisa do Índice Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, 23,9% dos brasileiros possuíam algum tipo de deficiência, física ou intelectual. Por isso, é necessário debater a acessibilidade e inclusão social para este grupo. O psicólogo Sandro Teodoro, que atende pessoas com deficiência auditiva, fala sobre a importância da assistência para esses indivíduos.
Conforme Sandro explica, a família tem um papel fundamental no desenvolvimento de uma pessoa com deficiência. “Acredito que são os indivíduos ao redor daquela criança com deficiência que vão direcioná-la para que possa ter boa qualidade de vida e estrutura emocional. São as experiências dos primeiros anos de vida que vão determinar o posicionamento dela diante do mundo”.
Sandro explica que, desde cedo, é importante incentivar a pessoa com deficiência acreditar que não é menos capaz que o outro por ter uma deficiência. “É necessário instruir a criança, sempre lembrando dos seus direitos, estimulando fisicamente e psicologicamente. Sempre que possível, estimular a estudar e buscar uma colocação no mercado de trabalho”.
O psicólogo salienta, ainda, que a família deve evitar a superproteção das crianças com deficiência. “Percebemos que muitos pais colocam limitações para os seus filhos, exclusivamente pela deficiência. Com isso, a criança cresce sem conseguir entender que é capaz de fazer muitas coisas sozinha. A família tem que estimular, ensinar, mostrar que a pessoa é capaz”.
Outro fator importante para o desenvolvimento de uma pessoa com deficiência, ainda na infância, é o convívio social, segundo Sandro explica. “ É necessário que a criança com deficiência tenha o convívio com outras pessoas, de preferência da sua idade. Cada deficiência tem a sua particularidade, mas é importante que aquele indivíduo seja inserido na escola e, mais tarde, no mercado de trabalho. Com estímulos, a criança com deficiência vai crescer com confiança,sabendo que pode ir e vir”.
Para se colocar como um aliado da inclusão social, Sandro deixa as dicas. “A primeira maneira de buscar a inclusão é erradicar os preconceitos. Também, é preciso ter empatia, se pôr no lugar do outro e procurar ajudar, perguntando como a pessoa quer ser ajudada. É necessário buscar conhecimento básico sobre a acessibilidade”.
Sandro finaliza reiterando que o acesso á saúde deve ser acessível para pessoas com deficiência, por ser uma necessidade básica dos seres humanos. “Temos diversas leis que colocam a assistência à saúde como um direito fundamental. As unidades de atendimento precisam ter um olhar diferenciado para os pacientes com deficiência. Nós temos que entender as pessoas com deficiências como cidadãs, que possuem direitos como qualquer outras”. (Ascom Cassems)