Acamada há 27 anos devido a um acidente, sonho de Luzia é poder esticar as pernas

Posição dos membros inferiores de Luzia Ramos Rodrigues a impede de ficar em uma posição confortável seja na cama ou em uma cadeira de rodas

Paralisada em cima de uma cama há 27 anos devido a um acidente que sofreu, a moradora de Batayporã, Luzia Ramos Rodrigues, de 52 anos, sonha em poder esticar as suas pernas, uma vez que seus membros ficaram paralisados em uma posição que dificulta seu repouso e praticamente a impede de se sentar em uma cadeira de rodas.

Segundo familiares de Luzia, o maior desejo dela é que um especialista consiga avaliá-la e, quem sabe, fazer com que suas pernas, que perderam totalmente a força e ficaram travadas, possam ser movimentadas pelos cuidadores, para que ela tenha mais conforto, possa se deitar em outras posições e permanecer ao menos sentada uma parte do tempo, o que amenizaria em parte seu sofrimento.

“As pernas da minha mãe endureceram nesta posição, o que dificulta muito a vida dela. Fazer com que ela recupere os movimentos, sabemos que é algo quase impossível, mas pelo menos se os membros inferiores ficassem relaxados, a gente poderia cuidar colocá-la em posições diferentes, oferecendo o mínimo de dignidade a alguém que sofre muito”, afirma o filho Edson Ramos.

Sobre o acidente que a deixou neste estado, Edson relata que há 27 anos, Luzia trabalhava para a Prefeitura Municipal de Batayporã, atuando no setor de limpeza pública e, em alguns dias, cumprindo escalas no Lar Santo Antônio, que atende idosos carentes da comunidade.

Uma noite, um dos moradores do asilo começou a passar mal e, sem telefone ou as facilidades de comunicação que se tem hoje em dia, Luzia foi de bicicleta até a casa da responsável pela unidade para avisá-la da situação, sendo que, no caminho, ela foi atingida por um motociclista, ficando gravemente ferida.

“Minha mãe foi levada para Campo Grande, mas os médicos acharam que ela não iria escapar. Talvez por não acreditarem que ela sobreviveria, a deixaram nesta posição, com as pernas encolhidas. Ela ficou em coma por oito meses e, quando acordou, não tinha mais os movimentos das duas pernas e do braço direito. Apenas o braço esquerdo ela consegue movimentar um pouco”, explica Edson.

Ela detalha que após sair do coma, Luzia recebeu alta, mas quando chegou em casa não reconhecia nem os próprios filhos. “Com o tempo a memória foi voltando. Hoje ela está totalmente lúcida, conversa, reconhece as pessoas lembra de coisas do passado. A grande dificuldade na vida dela além de não pode andar, é claro, são as pernas, que endureceram desse jeito”, lamenta.

O filho disse que na época, quando voltou para casa, Luzia recebeu acompanhamento por parte do município, mas com o passar do tempo os atendimentos foram ficando escassos. “As sessões de fisioterapia eram poucas e com muito espaço de tempo entre uma e outra. Acredito que se ela tivesse recebido um atendimento mais eficaz, o quadro poderia ser diferente”, diz Edson.

Ele revela que sua mãe, embora tenha perdido os movimentos, mantém a sensibilidade nas pernas e no braço paralisados, o que, em sua opinião, leva a crer que se ela for avaliada por um especialista e devidamente tratada, é provável que se consiga, a médio ou longo prazo, talvez não recuperar os movimentos, mas ao menos ter seus membros mais fáceis de serem mudados de posição pelos familiares que cuidam dela.

“Minha mãe sente muita dor por ficar sempre do mesmo jeito. Por estar acamada há 27 anos também surgem feridas nas costas. Ela usa colchão d’água, mas mesmo assim, o desconforto é grande. Me corta o coração quando minha mãe fala que o sonho dela é poder esticar as pernas”, afirma o filho.

Segundo a família, além da paralisia, Luzia também tem diabetes, praticamente não enxerga de um dos olhos, faz uso de medicamentos controlados para que consiga dormir e tem um grave problema bucal, com praticamente todos os dentes danificados, o que é uma grande dificuldade na hora de se alimentar.

Edson explica que Luzia é mãe de cinco filhos, sendo que um deles é falecido. Sem marido, ela mora sozinha em uma casa que fica em frente à residência de uma irmã dela e próxima do imóvel onde habita outra irmã. Elas que são responsáveis pelos cuidados constantes como banho, alimentação e ministração dos medicamentos. “Nós, os filhos, ajudamos como podemos, mas todos trabalhamos fora e tocamos nossas vidas como Deus permite”, disse.

Questionado sobre a situação financeira, o filho disse que a família consegue, com suor do trabalho, o básico para sobreviver. Ele afirma que a casa em que Luzia mora é própria e que ela tem um benefício de um salário mínimo. Segundo ele, muitos itens, como fraldas geriátricas e medicamentos, geralmente são fornecidos pelo município. “Mas, toda ajuda é muito bem-vinda”, garante.

“Na época do acidente eu era criança, mas lembro que saiu uma indenização. O valor ficou em poder do meu avô, que comprou algumas roupas para nós que passávamos por dificuldades na época e creio que foi utilizado em outras despesas. Como minha mãe ficou oito meses em coma, quando ela chegou em casa o dinheiro havia acabado e ela acabou não usufruindo do valor no sentido de talvez passar por um tratamento médico de mais qualidade”, pontua.

“Estamos contanto com a solidariedade de especialistas que se comovam com a situação e quem sabe se disponham a avaliar a situação da minha mãe, para saber se algo pode ser feito para amenizar seu sofrimento. Se ela ao menos pudesse ficar deitada em outras posições, ou colocada em uma cadeira de rodas em uma postura corporal melhor, isso já seria uma grande vitória”, finaliza o filho.

Quem tiver interesse em ajudar de alguma forma, principalmente especialistas que possam oferecer uma avaliação ou um possível tratamento que amenizem, pelo menos em parte, o sofrimento de Luzia, pode entrarem contato com o filho, Edson, pelo (67) 9 9906-2683 ou com a esposa dele, Ivani, pelo (67) 9 9808-3998.

(Fonte: Nova News/Fatima News)

 

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