Agrônomo aborda em artigo como as ferramentas digitais são aliadas na otimização de insumos

No talhão há uma desuniformidade nos ambientes, com destaque para as áreas em vermelho, que indicam regiões com menor biomassa vegetal, apontando locais para direcionar os esforços de monitoramento
Através da função de comparação das imagens de satélite, observamos o desenvolvimento do talhão em duas datas diferentes, permitindo acompanhar a evolução do cultivo

Por: Mauricio Varela*

Segundo dados da Embrapa, apenas 17,5% dos produtores utilizam imagens digitais como as de drones e satélites para auxiliar na tomada de decisão na propriedade, este é um valor que apresenta grande potencial para expansão, tendo em vista que o Brasil é referência em produção agrícola. Neste cenário, utilizar imagens digitais para melhorar a gestão da produção é mais do que uma forma de diferenciação, mas uma chave para otimizar as decisões de forma assertiva.

As imagens de satélites, por exemplo, possibilitam a geração de índices que permitem uma melhor gestão da produção, sendo um dos principais o NDVI, Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (Normalized Difference Vegetation Index – do inglês). Este índice se refere à interpretação do teor de biomassa fotossinteticamente ativa de cada talhão, indicando o estado vegetativo e vigor da cultura.

Na plataforma da agtech SIMA (Sistema Integrado de Monitoramento Agrícola), por exemplo, o índice varia de 0 a 1, sendo que valores próximos de 0 indicam solos descobertos, enquanto valores maiores, próximos de 1, indicam plantas fotossinteticamente ativas e com maior biomassa. O processamento destas imagens resulta em um histograma que divide o talhão em ambientes, separados por colorações que indicam áreas em diferentes condições.

Cores mais verdes correspondem a locais de alta densidade vegetativa, produtivos e com plantas sadias. Enquanto as colorações que caminham para o vermelho estão ligadas a locais com menor biomassa, podendo indicar potenciais adversidades que afetam o desenvolvimento da cultura, sinalizando regiões importantes para serem monitoradas.

Definição de ambientes

Não há uma quantidade específica para a definição de ambientes, que varia de acordo com a interpretação, conhecimento do talhão, cultura plantada, estádio e precisão almejada. O importante é saber o que cada uma destas divisões das áreas significa, para assim poder identificar locais que potencialmente necessitem de averiguação e correção de falhas, visando reduzir as perdas e manter boa produtividade.

Tal análise é de grande valia, pois permite um maior controle sobre a produção, facilitando o acompanhamento. As possíveis utilizações desta ferramenta são inúmeras, como medir a biomassa e a saúde do cultivo, acompanhar questões ambientais, identificar focos de pragas e doenças, falhas de plantio, locais com estresse hídrico ou deficiência nutricional, estimar produtividade e colheita, mapear o padrão da cultura, direcionar times de campo, etc. Ao correlacionar o local apontado nas imagens com as informações coletadas na área, através de análises de solo e monitoramento, pode-se então identificar o fator a ser corrigido especificamente no local da falha, otimizando a aplicação de insumos e potencializando a produtividade total.

O acompanhamento frequente do cultivo por imagens NDVI permite avaliar o desenvolvimento vegetativo da cultura no talhão de maneira remota, através da comparação do avanço das porcentagens dos ambientes por toda a estação de crescimento.

Além disso, a utilização das avaliações de NDVI é um grande diferencial, pois permite inferir sobre a eficiência de aplicações fitossanitárias, comparações de cultivares e manejos, embasando ainda mais o entendimento das diferenças dos manejos e trazendo segurança em relação às escolhas a serem feitas.

A assertividade nas decisões é fundamental para uma boa colheita, ter informações confiáveis otimiza a aplicação de insumos e gera resultados mais produtivos. A agricultura brasileira tem avançado cada vez mais em níveis tecnológicos, possuir uma base de registros dos monitoramentos e manejos já é essencial, e neste âmbito a adoção de ferramentas digitais tem se demonstrado um grande diferencial frente ao mercado. A plataforma SIMA é uma importante ferramenta da agricultura digital para gerenciar os cultivos, através dela é possível ter uma visão integrada do campo, permitindo um melhor planejamento, coleta e gestão de dados para uma produção eficiente. Para mais informações acesse: www.sima.ag

*Engenheiro agrônomo e Co Founder da SIMA no Brasil.

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