Amor voluntário ajuda pacientes com câncer a conseguir sua vitória
Maria Aparecida Palmeira, presidente da ACCGD (Associação de Combate ao Câncer da Grande Dourados), completa 67 anos dia 04 de junho deste ano. E foi pensando em mais um ano de vida, que se recorda de quando venceu a batalha contra o câncer.
“Não tive sintomas, não tive dor, não tive nada. Em uma manhã levantei e vi uma vermelhidão no meu seio e o senti duro. Fui debaixo do chuveiro, deixei a água quente escorrer, fiz compressa quente e senti muito medo de ser câncer,” relata a diretora.
Cida relembra do dia 24 de abril de 2008, quando o médico fez os procedimentos e exames, como mamografia, ultrassonografia e pulsão que veio a confirmar suas suspeitas.
“Quando recebi o diagnóstico e deu positivo a biópsia, perdi o chão, senti que ia morrer e comecei a agradecer a Deus pela minha família,” pondera Maria Aparecida.
Cida Palmeira foi diagnosticada com câncer com metástase, fez o tratamento que inclui radioquimioterapia e entrou na justiça para conseguir o medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Relembrando as dificuldades que passou, a vitoriosa Cida se motiva ainda mais a ajudar as pessoas que e estão passando pela mesma doença a também conseguir sua “vitória”.
”Fizemos uma campanha em 2015 para todas as Marias, para que todas as mulheres pudessem ter o direito de tomar aquele medicamento pelo SUS. Criei uma boneca que se chama Vitória, através de um grupo que se chama “Amigos do Peito” que confeccionou o mimo, que na verdade significa um símbolo de superação. Eu criei essa boneca por que o laço da campanha parecia as Marias de mãos dadas. As mulheres, quando vem com o diagnóstico, ganham a boneca também,” comenta Cida.
A Associação de Combate ao Câncer da Grande Dourados foi fundada em 2005 e qualquer pessoa pode fazer parte da diretoria, do conselho fiscal, consultivo ou colaborador. A peça mais importante são os voluntários que contribuem mensalmente com a manutenção da associação.
Os beneficiados são os pacientes com câncer. Através da boa ação das pessoas, conseguiram ambulância, itens para a manutenção da associação, e uma cadeira de roda foi comprada através de 106 kg de lacre de tampinhas de refrigerante, que foram trazidos através de uma colaboradora.
” Em torno de 35 pessoas são atendidas por mês, esse atendimento se estende a família, tem alimentação enteral que o paciente tem que tomar 1,5 litro por dia. Isso somando em dinheiro gira em torno de R$ 1,5 mil por mês”, relata.
Os materiais recicláveis, são plásticos secos, garrafa pet, frascos de shampoo, desodorante, água sanitária, tampinhas. Recebem também doação de bolsas, roupas em bom estado, para vender e reverter em dinheiro para a manutenção da associação. A ACCG também aceita doação de cabelos para fazer perucas, roupas, reciclados e fraldas.
O atendimento é de apoio e ainda não tem dinheiro público. Recebem patrocínio, porém não é o suficiente. “As vezes os pacientes são designados através dos médicos dos hospitais”, pontua Cida.
O horário é de segunda a sexta e a qualquer horário comercial podem receber a doação. A associação tem um telefone celular a disposição dos pacientes caso precisem de ambulância ou atendimento.
A entidade civil realiza o trabalho da prevenção da doença ,através da divulgação em busca de diagnóstico precoce, buscando reduzir os índices de mortalidade por câncer.
Serviços com amor – Os serviços prestados gratuitamente contam com transporte de paciente para realização de tratamento, alimentação enteral (sob recomendação medica), medicamentos (médio custo com apresentação de receita), fraldas geriátricas (sob recomendação de profissionais de saúde), cestas básicas de alimentos não perecíveis, perucas, lenços, sutiens e próteses externas, cessão de cadeira de rodas, cama hospitalar, muletas, andador e também próteses para reconstrução mamaria para mulheres mastectomizadas.
” O paciente procura um mastologista ou médico da unidade de saúde e o profissional encaminha para fazer o pedido da prótese caso seja compatível. Também temos próteses externas com enchimento de alpiste que tem o mesmo peso da mama,” esclarece a diretora da associação.
A entidade está também com um projeto de uma construção de uma casa de apoio para receber pacientes que vem de fora. “Muitas vezes a pessoa não tem onde ficar, saem de casa às 4 da manhã e volta no final da tarde, chegando em casa apenas no final da noite. Para quem está fazendo tratamento de câncer é exaustivo, não só para o paciente, mas para família e acompanhante também. Pelo projeto, a casa de apoio é para abrigar 2 pacientes com acompanhantes.
O projeto ainda não está totalmente pronto, mas a associação já começou uma campanha de arrecadação. A entidade estará no Parque de Exposição na 56° Expoagro – que acontece entre 13 a 22 de maio em Dourados – vendendo cartelas da ação entre amigos no valor de R$ 200, tendo como prêmio de uma motocicleta zero quilômetro. para conseguir verba para a construção da casa de apoio.
Onde doar– Aos interessados em contribuir com a Associação de Combate ao Câncer da Grande Dourados devem entrar em contato por meio do número (67)99935-1135 (watts) ou no telefone fixo (67)3427-4124. Para a entrega de doações de roupas, fraldas geriátricas, cabelos, perucas e cestas básicas, a entidade fica localizada na Rua Antônio João Emilio de Figueiredo, n° 2503. 79802-021, Jardim Caramuru, Dourados/MS.
Para os interessados em contribuir via depósito em conta bancária: Banco do Brasil/ Agência 3153-4/Conta 15000-2 ou via PIX 07387765/0001-75
(Com reportagem e fotos de Karol Viana)