Aposentado com túmulo pronto: ‘A morte me vê no cemitério e acha que já parti’

O aposentado Luiz Roberto Rossi de Lucca, de 64 anos, não quer ser pego desprevenido pela morte. Ele preparou o próprio túmulo com foto e tudo no Cemitério da Saudade (foto), em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A família, claro, protestou. “Falam para eu tirar para não atrair a morte”. Mas ele rebate: “A morte me vê lá no cemitério e acha que eu já parti, por isso estou vivo até hoje”.

“Robertinho som”, como é conhecido por ter trabalhado há 35 anos como sonoplasta de uma emissora local, também é famoso na cidade por se preparar com tanto afinco para enfrentar a própria passagem. Ele conta que tinha o hábito de caminhar pelo cemitério e observar fotos de pessoas mortas nos túmulos, principalmente de jovens que morreram em tragédia.

Então, percebeu que todas as imagens de identificação das lápides eram pequenas e decidiu que a sua tinha de ser maior — e com o equipamento de som, que o acompanhou a vida toda.

O ex-sonoplasta também paga um plano funerário, com o caixão simples, que cobre uma urna entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Mas revela planos mais ambiciosos para a vida póstuma. “Se eu ganhar na Mega-Sena, quero ser enterrado em uma ‘urna Ferrari’, que custa R$ 45 mil. Já que não tive um carro Ferrari, a urna vou ter.

Ele também dá dicas de como quer a celebração. “Se tiver alguém para tocar em meu velório, quero que seja música do Elvis Presley, eu sempre gostei.” Pegadinha ‘mortal’ O túmulo já preparado causa estranheza na cidade, e Robertinho também prega suas peças. Certa vez, encontrou um senhor mais velho, corcunda, andando pelos túmulos e olhando as fotos. Esperou o idoso chegar perto de sua imagem e questionou: “você gostou da minha foto?” O homem rebateu, dizendo que ele não era a pessoa da foto na lápide e se aproximou da imagem para enxergar melhor. Enquanto isso, Robertinho se escondia no túmulo ao lado. Quando o idoso o procurou e não o viu, saiu correndo rápido — dizem que até a coluna endireitou, tamanho o susto.

A morte perfeita Para Robertinho, falar da morte é algo simples. Quando questionado sobre como gostaria de morrer, não hesita. Quero que seja rápido, como um acidente de avião que, quando acontecer o impacto, você não lembra de mais nada”, espera ele.

Robertinho é católico, mas já frequentou outras religiões como o espiritismo e a umbanda. E acredita que a vida não acaba aqui. Por isso, em sua lápide, mandou escrever: “a vida continua”. Também afirma que os espíritos se comunicam conosco — e conta até um “causo” de arrepiar. “Há uns 30 anos comecei a escutar alguém me dizer as horas quando eu me questionava. Comecei a perceber que tinha algo diferente, que espíritos e energias me cercavam”, diz ele. “Você pode até pensar que sou louco, mas é nisso que acredito.”. (Fonte: Uol Noticias)

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