Arcebispo condena os “abutres” que se aproveitam da pandemia para explorar o povo
O arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, condenou os abutres que se aproveitam da crise causada pela pandemia para explorar o povo. Na mensagem de abertura das celebrações das Semana Santa, durante a Missa do Domingo de Ramos (5), na Catedral de Santo Antônio, ele também elogiou os profissionais da saúde e de voluntários da solidariedade, que estão vivendo uma Quaresma diferente.
Pela primeira vez, em decorrência da pandemia do coronavírus, a igreja estava vazia e a celebração foi transmitida pela TV Imaculada e pelas redes sociais. O arcebispo lamentou a presença de fiéis. “O que mais faz falta é o cheiro do povo”, afirmou.
“Nós nunca mais seremos os mesmos depois desta crise”, ressaltou. Em seguida, ele elogiou os voluntários que fazem “quentinha” para entregar aos moradores de rua e produzem máscaras para doar aos hospitais. Também citou os jovens que se oferecem para fazer compras no mercado e nas farmácias para os idosos e integrantes do grupo de risco.
“Há um mutirão entre profissionais de saúde para salvar vidas. Eles lutam para proteger mais as nossas famílias do que as deles”, destacou Dom Dimas, para citar em seguida ainda a importância do trabalho feito pelos profissionais da segurança pública, caminhoneiros e produtores rurais. “Há um batalhão vivendo uma Quaresma muito diferente”, frisou, sobre o período de 40 dias que antecedem a Páscoa.
Por outro lado, o arcebispo condenou, de forma veemente, o que chamou de “abutres” que se aproveitam da crise causada pela pandemia para explorar a população, seja economicamente ou politicamente. “Querem ganhar tudo o que não ganharam o ano inteiro”, lamentou o arcebispo, referindo-se a empresários que inflaram de forma absurdo os preços de alimentos, produtos de limpeza e até necessários para combater o coronavírus, como álcool gel e máscaras.
“Até países”, emendou o arcebispo, sem citar, mas fazendo referência aos Estados Unidos. Nos últimos dias, o governo de Donald Trump, do Partido Republicano, foi criticado pelo Brasil, Alemanha e França, por reter equipamentos, como respiradores artificiais e máscaras, comprados na China. Ontem, o presidente americano admitiu que a prioridade é o povo americano.
Em decorrência da pandemia, todas as celebrações da Semana Santa serão realizadas com as igrejas vazias.
(O Jacaré)
