BR-163/MT: mais de 50% dos acidentes com vítimas têm envolvimento de motocicletas
Mais da metade dos acidentes com vítimas atendidos pela Concessionária Rota do Oeste em 2021 tem o envolvimento de motocicletas que percorrem a BR-163/364 e rodovia dos Imigrantes (BR-070). Em média, são registradas duas ocorrências por dia. Apesar da alta incidência, o tráfego de motocicletas ao longo do trecho sob concessão representa menos de 2% do fluxo total. Os pontos com maior número de casos são as travessias urbanas, principalmente as Rondonópolis, Várzea Grande e Sinop.
Levantamento do setor operacional da concessionária Rota do Oeste demonstra que de 1º de janeiro a 31 de outubro de 2021, as motocicletas estiveram presentes em aproximadamente 53% das ocorrências com feridos e em 36% dos atendimentos com mortes. O estudo aponta ainda que 82% dos registros com este tipo de veículo deixaram vítimas.
A região de Sinop concentra 42% das ocorrências com vítimas e 23% dos registros com óbitos, ocupando o primeiro lugar no ranking. Na sequência está Várzea Grande contabilizando 13% dos feridos e 15% dos mortos e Rondonópolis somando 12% dos feridos e 17% das mortes.
O descumprimento à legislação de trânsito, o desrespeito à sinalização, a ausência de habilidade na condução das motocicletas e a exposição física proporcionada por esse tipo de veículo são fatores que levam a este cenário, avalia o gerente de Operações da Rota do Oeste, Wilson Ferreira, e o chefe da 6ª Delegacia da PRF de Sorriso, Leonardo Ramos.
“A motocicleta é um tipo de veículo que não oferece qualquer proteção e essa característica aumenta a chance dos ocupantes se ferirem em um acidente por mais banal que ele possa aparentar. Justamente por isso é tão importante que os condutores sigam as leis de trânsito”, esclarece Ferreira.
O inspetor Ramos lembra ainda que soma aos fatores citados acima o alto número de condutores que não possuem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e, consequentemente, não foram treinados para a condução e apresentam desconhecimento das leis de trânsito. “Isso resulta em inúmeras imprudências que diariamente geram acidentes graves e vítimas, algumas das quais pagam com o preço mais alto: a vida”, cita o PRF.
Entre as ocorrências mais frequentes envolvendo motocicletas estão as quedas, colisões transversais, traseiras e laterais. Os dados demonstram que muitos acidentes poderiam ser evitados com a prática de direção defensiva.
“A queda é um típico acidente de falta de habilidade ou mesmo a tentativa de executar manobras irregulares, como pular canteiros, meio fios, entre outros obstáculos, assim como as colisões transversais e laterais. O que observamos é que a maioria dessas ocorrências são por inobservância do risco e o excesso de confiança”, comenta o gerente de Operações.
Outro ponto relevante é o fato de os condutores desconsiderarem os riscos oferecidos pela BR-163, que tem intenso fluxo de veículos de carga. É comum os motociclistas entenderem a rodovia como uma avenida da cidade e não adotarem as devidas precauções que a tráfego da BR-163 e a rodovia dos Imigrantes exigem. São vias que passam por dentro de cidades movimentadas, onde o tráfego acaba sendo intenso e com mistura de tipos de veículos.
“Essa dinâmica faz com que o trânsito rodoviário compartilhe o mesmo espaço que o trânsito local, gerando por muitas vezes conflitos e, especialmente, acidentes. Nesse cenário, os motociclistas quase sempre levam a pior, pois são os condutores mais expostos aos riscos do trânsito e as motocicletas os veículos que menos gozam de segurança no trânsito”, complementa o inspetor da PRF.
Para diminuir o número de acidentes, a PRF atua na fiscalização e no controle do trânsito sob a sua responsabilidade. Subsidiariamente, a Polícia trabalha também como indutora de políticas de segurança viária. “Um exemplo claro da participação da PRF na indução de políticas de segurança foi a indicação para implantação de defensas metálicas nos três principais entroncamentos do tráfego de Sinop com a BR-163, pontos específicos onde reinavam a imprudência e a irresponsabilidade para com a vida e a saúde.”, cita Ramos.
Acolhendo a recomendação da PRF, a Rota do Oeste implantou as barreiras metálicas nos cruzamentos da rodovia com as avenidas das Palmeiras (km 836+340), dos Jequitibás (km 837) e dos Pinheiros (km 838+150), impedindo travessias irregulares de veículos.
Aos motoristas de veículos pequenos e pesados, a recomendação é sempre respeitar as motocicletas, entendendo que os condutores estão desprotegidos. Ao trafegar em travessias urbanas, é importante reduzir a velocidade, respeitar a sinalização e ficar atento ao tráfego local, que é mais intenso que nos trechos rurais. (Da assessoria)