Calor que custa caro: Mato-grossense paga a terceira energia mais cara do país

O calor intenso das últimas semanas em Mato Grosso não tem dado outra opção aos mato-grossenses do que fazer uso indiscriminado dos aparelhos de ar-condicionado. O resultado tem sido faturas com valor assustador, mas a culpa não é sómente do consumo excessivo.

A alta demanda energética do estado enche os cofres da concessionária Energisa e do Poder Público com a terceira energia mais cara do país, segundo números da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel.

Somando o custo dos Quilowatt-hora (kWh) mais os tributos agregados, o contribuinte mato-grossense paga todo o mês a bagatela de R$ 1,132 por cada kWh consumido.

Como a demanda de consumo se eleva com a temperatura passando até dos 40°C, o valor a pagar por mês, por exemplo, referentes a 500 kWh gastos, número até econômico para uma família de 4 pessoas, é de R$ 566,00.

Todavia, neste valor ainda é agregado a chamada taxa de contribuição de iluminação pública, valor que por fim é repassado às prefeituras e que em várias cidades do estado representa acima de 10% do valor consumido em kWh. No exemplo hipotético citado acima, a conta já ultrapassaria os R$ 600,00.

Os mesmos números de consumo aplicados, por exemplo, na concessionária Energisa Borborema, que atende a Paraíba, representaria uma fatura final de R$ 356,00, resultado da soma dos 500 kWh consumidos, mais 17% de ICMS, 4,99% d Cofins, 1,08% de PIS/PASEP e 7% de iluminação pública, média paga nas cidades daquele estado.

Em relação ao custo somente pago à concessionária, o consumidor paraibano pagaria R$ 0,54 por kWh, totalizando R$ 270,00 pelos 500 kWH utilizados. Já em Mato Grosso, pelo mesmo consumo, o custo para abastecer os cofres da Energisa seria de R$ 440,00 em virtude da cobrança de R$ 0,88 por kWH.

Ou seja, no cenário exposto o mato-grossense chega a pagar em valor final 63% a mais do que o paraibano. Sem incluir na conta a questão dos tributos, só se paga mais do que em Mato Grosso para a Equatorial, no Pará, e para a Enel, no Rio de Janeiro, entre todos os estados brasileiros.

Mesmo com o alto custo, a Energisa tem sido alvo constante de reclamações de seus usuários, que praticamente todo o ano a elegem como a pior prestadora de serviço em ranking do Procon.

As principais queixas incluem oscilações de energia que vêm comprometendo o abastecimento de residências e empresas. A situação causa, além de desconforto, um grande prejuízo financeiro ao estado e evidencia a precariedade da rede de abastecimento.

Muitas cidades do estado, inclusive, não conseguem desenvolver seu parque industrial porque não possuem fornecimento de energia suficiente para isso, comprometendo seu desenvolvimento.

(MinutoMT/Poder369)

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