Campanha Mãos Solidárias do MST recebe prêmio da ONU por combater a fome na pandemia
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) recebeu na quinta-feira passada (31), o prêmio ‘Pacto Contra Fome’, por conta da iniciativa ‘Mãos Solidárias’, campanha de doação de alimentos criada durante a pandemia, em Recife. A homenagem foi entregue pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O projeto começou logo na primeira semana da crise sanitária e conseguiu entregar mais de 1,6 milhão de refeições nos últimos três anos. As ações beneficiaram famílias vulneráveis em Pernambuco, nas cidades de Recife, Olinda, Caruaru, Garanhuns, Vitória de Santo Antão, Petrolina, entre outras.
A cerimônia realizada em São Paulo foi organizada por duas agências da ONU: para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e para Alimentação e Agricultura (FAO). Paulo Mansan, um dos idealizadores da ação e membro da coordenação nacional do MST, e Fabíola Amaro, integrante do MST e da coordenação do projeto, receberam o prêmio pela contribuição.
Das Mãos Solidárias para o Plano Nacional Cozinhas Solidárias
O projeto, que começou assim que se instalaram as medidas restritivas de circulação por conta da pandemia da covid-19, atendeu em princípio as famílias em situação de rua. Aos poucos, dezenas de marmitas se tornaram milhares, em um trabalho diário feito por militantes e voluntários. A iniciativa foi avançando na criação de cozinhas solidárias, bancos de alimentos, hortas comunitárias, farmácias, entre outras ações no combate à fome e ao coronavírus, formando mais de 1.500 Agentes Populares de Saúde nas comunidades periféricas urbanas e rurais.
Mesmo após a pandemia, as atividades da Campanha Mãos Solidárias do MST continuaram na estruturação da organização popular no combate à fome e à insegurança alimentar.
Em julho deste ano, a iniciativa das cozinhas do Mãos Solidárias se tornou política pública, a partir da criação do Plano Nacional Cozinhas Solidárias, que foi integrado ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Durante a celebração dos 20 anos do PAA, houve a liberação de fomento para o Cozinhas Solidárias, em que foram destinados R$ 30 milhões para apoiar as experiências em nível nacional:
“A gente recebeu com muita alegria que as Cozinhas Solidárias se tornaram lei, por conta da iniciativa do deputado federal Guilherme Boulos. Nesse processo fizemos muitas trocas, ajudamos com as cozinhas do MTST também aqui em Pernambuco. Eles têm duas [em Pernambuco], então todo mundo se ajuda. É um grande mutirão de solidariedade e a lei agora do PAA vai potencializar isso”, explica Mansan.
Apesar da liberação da verba, ainda não houve o lançamento oficial do programa. O idealizador do Cozinhas Solidárias, no entanto, prevê a concretização em breve:
“Agora a expectativa é nós fazermos o lançamento desse programa, agora, no PAA para as Cozinhas, inclusive há um pré-indicativo de fazer nesse início do mês de novembro de 2023”, detalha Mansan.
(Fonte: Opera Mundi)