Caso de câncer em Oscar Schmidt mostra importância do diagnóstico precoce de tumores

Comoção e alívio marcaram as reações de fãs de Oscar Schmidt nos últimos dias, após o ícone do basquete mundial declarar ter encerrado a batalha contra um glioma, tipo de tumor maligno no cérebro. O depoimento do ex-jogador, de 64 anos, que afirmou ter recebido alta médica depois de 11 anos de tratamento, ajudou a lançar luz sobre a incidência do câncer no sistema nervoso central, doença que deve registrar cerca de 11 mil novos casos no Brasil em 2022, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

O tumor cerebral acomete principalmente adultos com idade a partir dos 40 anos e causa preocupação extra por atingir o órgão responsável por comandar todas as funções do corpo humano. A doença pode ter início silencioso, mas, ao se manifestar, costuma provocar sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômitos, dormência ou fraqueza em um dos lados do corpo, confusão mental e dificuldade na fala.

Segundo o neurocirurgião Felipe Mendes, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o diagnóstico de um tumor no sistema nervoso central apenas é confirmado mediante uma bateria de exames. No entanto, de acordo com ele, o surgimento de alguns desses sintomas já é motivo para marcar uma consulta com um neurologista.
Diagnóstico – “Geralmente, quando há algum desses sinais, é superimportante que o paciente passe por uma avaliação com um especialista. Ele vai solicitar alguns exames, entre eles a tomografia computadorizada de crânio e a ressonância magnética”, explica Mendes.

A confirmação do diagnóstico de tumor maligno, no entanto, é possível somente por meio da biópsia do material, realizada após procedimento cirúrgico.

Mendes esclarece que não é possível falar com precisão sobre as chances de sobrevida após o surgimento de um câncer no cérebro, mas ressalta que, quanto antes o tumor for detectado, maiores são as chances de sucesso no tratamento, que nunca deve ser interrompido por conta própria.

Oscar Schmidt teve alta médica – O ex-jogador de basquete chegou a dizer, no sábado (15), a uma rede de TV, que havia desistido do tratamento contra o câncer no cérebro por ter perdido “o medo de morrer”. Porém, no dia seguinte, ele usou o Instagram para esclarecer que, na verdade, recebeu alta por ter “vencido a batalha”.

“Eu não estou desistindo do meu tratamento. Recebi alta do meu médico, que acha que estou curado. Eu venci essa batalha”, afirmou Oscar Schmidt.

Tratamento começa com biópsia – A primeira etapa do tratamento é a cirurgia para retirada do tumor e realização da biópsia. Se confirmado o câncer, uma equipe multidisciplinar determina a necessidade de sessões de quimioterapia e radioterapia. Periodicamente, a doença deve ser acompanhada por meio de exames de imagem.

Números da doença – – 88% dos tumores no sistema nervoso central são no cérebro
– 11 mil novos casos deve ter o Brasil em 2022, diz o Instituto Nacional de Câncer (Inca)

(Por Clarisse Souza, do Super Notícia)

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