Com aquecimento global, pessoas podem perder até 58 horas de sono por ano

O aquecimento global e a elevação da temperatura média do planeta devem afetar, de forma, negativa a quantidade de horas dormidas por noite, segundo pesquisa realizada por cientistas dinamarqueses e alemães. O problema deve se intensificar em regiões onde o clima já é mais quente e, por ano, pode representar até 58 horas a menos de sono em 2099.

Publicado na revista científica One Earth, o estudo que investigou o impacto do aquecimento global na qualidade do sono foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e do Instituto Max Planck, na Alemanha.

Aquecimento global deve reduzir o tempo de sono das pessoas, principalmente em áreas mais quentes (Imagem: Amenic181/Envato)

“As temperaturas noturnas mais quentes, de fato, prejudicam o sono, com efeitos desiguais. Os idosos, residentes de países de baixa renda, mulheres e aqueles que já vivem em climas mais quentes são impactados desproporcionalmente”, afirmam os autores do estudo. “Em 2099, as temperaturas abaixo do ideal podem corroer de 50 a 58 horas de sono das pessoas por ano”, alertam.

Problemas da redução do tempo de sono

De acordo com a National Sleep Foundation, os adultos devem dormir entre sete a nove horas por noite. De forma geral, “o sono insuficiente é um fator de risco para vários desfechos físicos e mentais adversos”, explicam os autores da pesquisa.

Em um primeiro momento, dormir pouco afeta a capacidade cognitiva do indivíduo, como a atenção. Agora, se a condição se torna rotina, os efeitos podem ser sentidos no longo prazo, como um risco aumentado para doenças cardiovasculares ou gastrointestinais, por exemplo.

“A falta de sono tem sido associada à redução do desempenho cognitivo, diminuição da produtividade, comprometimento da função imunológica, resultados cardiovasculares adversos, depressão, raiva e comportamento suicida”, resumem os cientistas sobre os principais desdobramentos.

Buscando entender como as mudanças climáticas podem afetar a quantidade de horas dormidas, os pesquisadores descobriram que a probabilidade de dormir menos de sete horas aumenta em 3,5% se as temperaturas mínimas da note excederem os 25 °C. Isso em comparação com quem dorme em temperaturas de 5 a 10 °C.

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