Consciência Negra: Economista mostra números e diz que feriado não interfere na economia do MT
No Mato Grosso, a tentativa de se acabar com o feriado de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, continua gerando mobilização e protestos das lideranças do movimento negro e demais setores que apóiam ações afirmativas. Em Rondonópolis, o economista e contador de formação, o atual secretário Municipal de Planejamento, Ronivalter de Souza, questiona a justificativa do projeto com dados sobre a economia estadual.
Conforme Roni a justificativa de que o feriado causa prejuízos é uma inverdade, citando os dados do Produto Interno Produto(PIB) do Estado. “O PIB de Mato Grosso nos últimos 15 anos, período de vigência do feriado da Consciência Negra, acumulou um crescimento próximo a 400% em valores nominais”, informa
O secretário mostra que em dados abertos da Secretaria de Fazenda, o setor de comércio, indústria e prestação de serviços nos últimos dez anos, entre 2007 e 2017, acumulou um ganho de 426% no seu valor adicionado, que é a soma de tudo que fatura com tudo que vende, menos a soma do que compra. “Ele saiu de R$ 11 bilhões em 2007, para cerca de R$ 50 bilhões em 2017. O setor de serviços, no mesmo período, saiu de R$ 7,5 bilhões de valor adicionado, para cerca de R$ 20,7 bilhões. E o conjunto da economia teve um crescimento no seu valor adicionado de 331%, saindo de R$ 28,7 bilhões para R$ 95 bilhões”, pontua o economista e contador.
Roni de Souza é enfático ao dizer que o projeto não tem motivos financeiro e econômico para justificar esse tipo de ação. “O que há é um viés ideológico, colocando a culpa de uma suposta crise na conta do trabalhador e dos negros, e escondendo com isso os seus verdadeiros motivos”, diz.
AUDIÊNCIA
Uma audiência pública está marcada na Assembléia Legislativa para o dia 13 de dezembro, às 14h, data também em que deve ser a última sessão ordinária dos deputados. O evento foi articulado pelo Conselho Estadual para Promoção da Igualdade Racial (CEPIR/MT) e a militância das diversas entidades do movimento negro estão mobilizadas para o evento. As lideranças também estão visitando veículos de comunicação, gabinetes dos deputados e fazendo contatos com vereadores e demais lideranças políticas e comunitárias, na capital e no interior.
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Enquanto isso, não se discutem as desonerações e os incentivos fiscais sem critérios e as sonegações criminosas.