Covid “longa”: pacientes podem ter sequelas neurológicas
Dificuldades de atenção, de raciocínio e déficit de memória são algumas das sequelas que a Covid-19 pode ocasionar ao cérebro. De acordo com a médica neurologista Ariely Teotonio Borges (foto), o coronavírus pode desencadear uma gama de sintomas no paciente mesmo após a recuperação. A esses casos os médicos denominam ‘Covid longa’.
“Esses sintomas podem ser físicos ou mentais e se desenvolvem mesmo após a fase aguda da doença. Em média, podem durar dois meses ou até mais, dependendo da intensidade da infecção no organismo”, explica Ariely, especialista em distúrbios do movimento e coordenadora do serviço de neurologia do Hospital Santa Rosa
A médica destaca um estudo realizado em 2021 com 100 pacientes acometidos pela Covid-19 e tratados no Leeds Teaching Hospitals – NHS Trust, do Reino Unido, e um dos maiores hospitais da Europa. Dos que receberam alta hospitalar, 18% relataram problemas novos ou agravados de memória e 16% queixaram-se de dificuldade de concentração.
“Os percentuais se ampliam entre pacientes internados em UTI. Quanto maior a gravidade da doença, maior também pode ser a intensidade dos sintomas no pós-Covid”, cita Ariely.
“Ainda não temos nenhum estudo que confirme 100% a forma como a Covid-19 afeta o organismo humano, mas já sabemos que o vírus pode causar uma inflamação sistêmica grave. Em pacientes que precisaram de suporte ventilatório e oxigenação complementar, a falta de oxigênio no sangue tem um papel importante como causa das sequelas”, justifica a médica.
Tratamento – A boa notícia é que há tratamento para os quadros de comprometimento moderado a grave da Covid longa. O primeiro passo é procurar um médico neurorologista, que fará uma avaliação cognitiva. “Em geral, nós usamos testes de rastreio cognitivo, como o Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e Mini exame do estado mental (Meem). Esses testes analisam habilidades como atenção, funções executivas, memória, linguagem e orientação, entre outras funções”, esclarece Ariely.
Se houver necessidade, o paciente é encaminhado para realização de exames complementares, que podem ser laboratoriais e de imagem, como tomografia ou ressonância de crânio. “Após as avaliações e, se for o caso, indicamos tratamento com fonoaudiólogo ou neuropsicólogo para ajudar na recuperação”, explica.
No Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital Santa Rosa, é possível realizar os exames de angioressonância de crânio, de forma segura e com a precisão necessária para os pacientes com suspeita de alterações pós-Covid. A unidade funciona 24 horas, mediante agendamento prévio, proporcionando conforto e comodidade. (Assessoria)