Depois de 18 anos em busca de licença, MT pode ter seu primeiro crematório

Crematório Bom Jesus é instalado no Cemitério Parque Bom Jesus. Trâmite do empreendimento começou em 2005 com a compra do forno cremátorio

Há 18 anos empresários tentam instalar um crematório em Cuiabá. A legislação ambiental e a burocracia têm impedido que o projeto saia do papel, mas a esperança do grupo de investidores foi reacendida neste mês, com a promessa da Secretária de Estado de Meio Ambiente (Sema) de liberar a Licença de Operação.

“Acreditamos que esta semana a autorização seja dada”, comenta Nilson Marques, um dos sócios do empreendimento.

Nesta quinta (1), véspera de Finados, a Pax Nacional Prever e o Cemitério Parque Bom Jesus, parceiros no empreendimento, apresentam para a população de Cuiabá o Crematório Bom Jesus. A estrutura do auditório tem a capacidade para abrigar até 400 pessoas e está pronta desde agosto. Segundo os empresários, o local conta com o que existe de mais moderno do setor no mundo. “Já contratamos 10 funcionários se a licença não sair teremos que demiti-los”, afirma Marques.

Segundo ele, hoje quem optar pela cremação precisa encaminhar o corpo do ente para Góias, São Paulo ou Brasília e o custo fica em torno de R$ 20 mil. “Estamos estimando que o serviço sairá entre R$ 3,9 mil a R$ 4,5 mil quando o crematório funcionar, aqueles que forem doadores de órgãos terão desconto de 20% e o plano da Pax Nacional Prever cobre tudo”, antecipa ao explicar que o valor do serviço pode variar de acordo com o preço do gás e do tipo de exigência dos familiares em relação ao ritual da cremação.

O empreendimento tem capacidade para realizar oito cremações por dia, mas devido a uma questão cultural da população brasileira, e mato-grossense por consequência, ainda irá demorar para atingir este número. “Apenas 2% dos familiares de falecidos do Brasil optam pela cremação, mas mesmo assim Mato Grosso tem demanda pelo serviço, tanto que temos que buscar em outros estados”, destaca.

De acordo com o empresário, o forno crematório, foi adquirido em 2005, mas a licença fornecida pela Sema para a instalação do crematório só saiu depois oito anos depois. O projeto inicial foi elaborado por um arquiteto do Rio Grande do Sul e depois foi submetido ao órgão ambiental. “O Ministério Público e a Sema exigiram diversos documentos para comprovar que a construção não afetaria o meio ambiente. Ficou quase inviável. Mas trabalhamos e fomos caminhando com o projeto”, explica.

Foram realizados levantamentos do impacto que o crematório causaria aos bairros vizinhos, à vegetação e até em relação aos insetos da região. “Um forno crematório polui oito vezes menos que um cigarro”, defende Marques.

O crematório está instalado no Cemitério Parque Bom Jesus, na Rodovia Palmiro Paes de Barros, no Parque Atalaia, em Cuiabá.

Outro lado

A Sema disse que irá se pronunciar por meio de nota, mas até a publicação do material não havia encaminhado. A assessoria de imprensa adiantou que a pasta está fazendo um esforço para conceder a Licença de Operação, mas que há responsabilidade por parte do órgão ambiental que precisam ser respeitadas. Lembrou ainda que o pedido de Licença de Operação do crematório foi protocolado pelos empresários na Sema no último dia 9.

(Por Alcione dos Anjos, do rdnews)

 

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