Deputado diz que CPI pode propor até o rompimento de contrato com a Energisa no Mato Grosso
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizou a segunda audiência pública para debater os serviços de fornecimento de energia elétrica em Mato Grosso, prestados pela Energisa-MT. O ato aconteceu na sexta-feira (01) na Câmara de Vereadores de Rondonópolis.
A audiência foi requerida pelo deputado estadual Thiago Silva (MDB), que também é vice-presidente da CPI da Energisa. O parlamentar pontua que reuniões do tipo, com a com comunidade, acontecerão em vários municípios de Mato Grosso. Depois de ouvir os relatos de consumidores locais, o deputado afirmou que a CPI pode propor até o encerramento do contrato de concessão que a empresa tem para explorar os serviços em MT.
De acordo com Thiago, a preocupação dos deputados é com a melhoria dos serviços prestados pela empresa, cujos valores estão em patamares máximos e com má prestação de atendimento aos consumidores. “Dá forma como está não dá para continuar. Vamos trabalhar para encaminhar soluções práticas e cobrar dos orgãos fiscalizadores e reguladores o respeito com o povo de Mato Grosso no que diz respeito ao fornecimento da nossa energia elétrica”, afirmou o deputado, reiterando que, caso não sejam tomadas medidas para proteger o consumidor mato-grossense, a CPI vao encaminhar pela punição da empresa e até mesmo o encerramento de seu contrato.
O vice-presidente da CPI disse que o objetivo de todos os membros é dar voz para população e juntar material que ajude nessa importante investigação. “Em Rondonópolis, por exemplo, a situação está pior do que imaginávamos. Eu considero gravíssima. Além do questionamento do valor, tem muita gente reclamando da falta de qualidade do fornecimento. Durante a audiência recebi mensagens de pessoas que estavam sem energia, com o sistema oscilando ou funcionando em meia fase. Foram inúmeras mensagens, que assim como as queixas dos presentes serão anexadas nos documentos que serão encaminhados para a CPI”, observou.
A professora aposentada Maria Lúcia Prates, estava entre os 240 presentes e fez questão de deixar sua indignação nos autos que serão encaminhados para Assembleia Legislativa. Com a conta na mão, ela mostra a cobrança de energia da residência que divide apenas com o marido. No intervalo de 3 meses oscilou de R$ 90,00 para mais de R$ 200,00. “Fiquei muito feliz com a realização dessa audiência, estou esperançosa que alguma coisa vai mudar. Essa Energisa vai ter que se explicar e muito”.
O vereador Orestes Miraglia (Solidariedade), que propôs a realização da audiência em conjunto com os vereadores de Rondonópolis foi taxativo a falar sobre concessionária. “Essa empresa precisa explicar o que está acontecendo. Não dá para ficar com desculpa, agora precisam agir e respeitar os trabalhadores que não suportam mais essa situação”.
A Energisa, vem acumulando mês a mês o “troféu” de número 1 de reclamações no Procon Estadual. Somente em setembro de 2019, foram registradas mais de 570 queixas, decorrentes de cobranças abusivas e valores exorbitantes. “Neste ano já temos mais de 21 mil reclamações contra a Energisa. Existe aqui em Mato Grosso uma leitura por estimativa, aí quando temos uma leitura real feita, ocorre o chamado acumulo de consumo. Isso gera para o consumidor um pagamento maior da conta. É preciso corrigir a prestação do serviço para que a gente pague aquilo que realmente está consumindo no mês”, explica a superintendente do Procon Estadual Gisela Simona Viana de Souza.