“O nosso racismo é ainda mais violento, nosso racismo é velado, e o silêncio mata. Enquanto o cidadão e o agente do estado achar que não importa, não sei aonde chegaremos”, declarou Vital de Carvalho, que nas últimas horas disse ter orado muito. “Não que eu seja religioso, mas sou cristão. Orei por mim, orei por ele [o suspeito], pois não consegui parar de pensar nas palavras que ouvi”, comentou.
O delegado, que esteve recentemente afastado por Covid-19, diz já estar curado e enfatizou que voltar ao trabalho o está ajudando a superar a situação: “Estou com a consciência tranquila”, finaliza.

Defesa: “é, rapaz, nós pretos não valemos nada mesmo” 

Eraldo Oliveira Mourão permanece preso em Imperatriz, à disposição da Justiça. Em sua defesa, o escritório de advocacia emitiu nota à imprensa, a que O Imparcial teve acesso. No documento, o advogado Adão Ferreira alega que o cliente fez outro comentário, que teria sido mal interpretado pelo delegado que testemunhou a cena; acusa Vital Rodrigues de descumprir normas sanitárias de prevenção à propagação da Covid-19; e defende que, caso os fatos tivessem ocorrido como narrou o delegado Vital, o crime seria de injúria racial, e não de racismo.

(Por Dalva Rêgo, de O Imparcial)