Em áudio, influencer evangélico Victor Bonato intima vítima: “Mostra esse peito gostoso”
Uma das vítimas do influencer evangélico Victor Bonato (foto), de 27 anos, líder do Galpão, movimento religioso de Alphaville, na Grande São Paulo, entregou para a polícia quatro áudios que mostram o acusado a intimidando para cometer abuso sexual. Ele está preso temporariamente, por suspeita de estuprar três fiéis, e alega inocência.
Segundo o relatório de investigação da Polícia Civil,, as mensagens atribuídas ao líder religioso foram enviadas pelo WhatsApp e duram 66 segundos, no total. Em um dos áudios, Victor Bonato fala palavrões e dá ordem para a jovem ficar sem roupa. “Olha só, eu acho que você tem o teu juízo. Eu não estou te pedindo para você tirar a blusa, eu tô mandando, caralho! Tira a porra da blusa e mostra esse peito gostoso que você tem, para mim, anda!”, consta na transcrição.
Ao analisar as provas, os investigadores também afirmam que, em alguns momentos, o influencer evangélico “se mostra ofegante” e, “pelo seu tom de voz e enredo”, parece “excitado e muito provavelmente se masturbando”.
Bonato segue preso suspeito de três crimes sexuais.
áudios – Na delegacia, a vítima relatou que o líder religioso passou a mão no seu corpo, sem que ela permitisse, quando os dois estavam a sós e fora da instituição. Em outra ocasião, também teria forçado sua cabeça para fazer sexo oral.
Segundo a jovem, Bonato “sempre exigiu que ela não falasse nada para ninguém e agia de forma agressiva, utilizando-se da autoridade como líder espiritual”. Outros áudios entregues à Polícia Civil sugerem que o acusado insistia para ter relações com a fiel. Em um deles, ele pergunta: “Vai me deixar na mão? Vai negar fogo?”.
Outra transcrição foi feita exatamente assim: “Cara, você não tem nem criatividade, tipo assim, você está tentando usar uma fala minha para escapar do fato que você arregou, isso daí eu posso fazer a qualquer hora, agora… te pegar de quatro gostosinho, tô duro, na sala seria inesquecível”.
“Para de gracinha e mostra logo, anda! Tá maluca que você vai me desobedecer, para tudo tem a primeira vez, e sua primeira vez de mandar vai ser comigo, então manda vai. E outra coisa que eu quero ver é aquela bunda gostosa que você tem, com aquela calcinha preta de renda maravilhosa que você estava aqui.”
Denúncias – Para os investigadores, os áudios são indícios de que Bonato “utilizava sua influência como líder do movimento Galpão para, de forma fraudulenta, conseguir aproximação com suas vítimas e consequentemente violá-las sexualmente”.
O influencer evangélico foi alvo de um mandado de prisão temporária, autorizado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no fim de setembro. Segundo a investigação, ele responde pelo estupro de três mulheres, de 19, 20 e 24 anos, entre janeiro e setembro deste ano.
O caso está em segredo de Justiça. Na véspera da prisão, o movimento Galpão, que reúne nos seus eventos jovens evangélicos de 13 a 27 anos, divulgou uma nota nas redes sociais em que afirma ter expulsado Bonato do grupo.
“Alguns acontecimentos ferem diretamente o que o Galpão acredita e segue, fere a palavra e está em desacordo com o que Jesus nos ensina”, diz o comunicado.
Grupo religioso interrompeu atividades. Nota foi publicada após caso ser registrado na polícia Reprodução/Redes Sociais
Defesa – Em nota, a advogada Samara Batista Santos afirma que ele “nega veementemente as alegações contra ele”, mas que não pode “fornecer detalhes específicos”.
Ainda de acordo com a advogada, Victor ainda não foi interrogado na delegacia e, portanto, sua versão não é conhecida no processo. “Meu cliente hoje encontra-se temporariamente detido, enquanto a investigação está em andamento”, diz.
“Reitero que respeitamos plenamente a seriedade das alegações em questão e reconhecemos a importância de proteger os direitos de todas as partes envolvidas no caso”, afirma.
Em relação aos áudios, a defesa deve trabalhar com a tese que as mensagens não mostram a conversa completa e que todos os atos sexuais foram consentidos. O celular de Bonato foi apreendido para investigação.
(Fonte: Metrópoles)