Em Brasília, mães lutam por direitos de filhos com deficiência
Os apoiadores e integrantes do movimento nacional “Empurrando esta Causa” que pede melhorias no BPC/Loas das pessoas com deficiências e idosos, irão em comitivas para o Senado Federal em Brasília, com o objetivo de que seja aprovado o 13º do benefício.
A comitiva que irá de Campo Grande, terá em torno de 40 pessoas, de acordo com a presidente estadual do movimento, Grazziany Farias Rezende, que contou que a comitiva viaja para Brasília no próximo mês. “A comitiva sai de Campo Grande dia 3 de fevereiro, participará da audiência pública na assembleia no Senado dia 4 e deve retornar para capital no dia 5 de fevereiro” esclareceu.
Para Grazziany que também tem um filho especial, essa renda irá ajudar de forma inegável. “Tenho um filho de 13 anos com paralisia cerebral, o 13º ajudaria porque tudo é tão caro com um salário mínimo pra viver. O BPC é um salário mínimo e muitas mães tem que pagar aluguel, e o que é lei muitas vezes não é respeitado”, alegou.
Grazziany fala das condições que são disponibilizadas pelo município. “A prefeitura não libera fralda, as vezes não tem remédio, ou os suplemento que a criança necessita e são muito caros, então quando vai ver a mãe não tem como se manter. Por isso temos o grupo “Super mães em ação”, nós fazemos campanhas para ajudar essas mães, como quando a mãe tem algo sobrando e doa, quando uma precisa as outras ajudam”, explicou, sobre o grupo criado no whatsapp que estende uma corrente de solidariedade entre as mães de crianças com deficiência.
“A luta pelo BPC é por todos os tipos de deficiência, a gente não vê por patologia porque a luta é a mesma” salientou.
“Na verdade a gente não pode nem trabalhar, eles liberam o Loas e falam que se agente trabalhar eles cancelam o benéfico da criança. Os salário que tem que saber controlar, e saber onde gastar porque pode faltar amanhã e se a gente tenta fazer algum trabalho o INSS tira o benefício. Muitas mães na hora de fazer o cadastro único e falam que são casadas e acabam perdendo o Loas, mas é o direito da criança. Uma cadeira de rodas é cerca de 5 mil, uma bota ortopédica para não atrofiar os pés é cerca de 3 mil reais”
Grazziany ressalta que nem todos os equipamentos necessários são disponibilizados. “O município cede a cadeiras de rodas pelo SUS, mas como no caso do meu filho que não se adaptou e se machuca na cadeira de rodas comum, as dele tem que ser adaptadas e digitalizadas em cima da deficiência dele e em Campo Grande não tem esse preparo, ai tenho que sair daqui para fazer isso em São Paulo é já são grandes os gastos’, finalizou a mãe.
O movimento começou em setembro de 2019 quando foi editado o MP 898/19 Que prevê o 13° na Bolsa Família . E nesta luta os parlamentares sugeriram que o 13° fosse estendido ao BPC é permanente.
A vice-presidente do movimento no MS, Monica Ilis da Silva Varga,s falou sobre a origem do movimento que começou em 2019, e os direitos das pessoas com deficiência. “A sugestão do 13º para os beneficiados do BPC corrige uma injustiça, se os trabalhadores tem este benefício, porque aqueles que são impedidos de trabalhar por deficiência ou miserabilidade não tenha esse mesmo direito’, falou a assistente social.
A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência aprovou o aumento de 1/4 de para 3/4 de salário mínimo a tenda per capita usada como parâmetro para a concessão do BPC, passando de 249,50 para 748.50. A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Seguridade Social e Família, Finanças e Tributação.
Comitivas
Cada Estado estará levando uma comitiva de pais e mães de pessoas com deficiência, é pessoas que lutam nesta causa. Sairá de Campo Grande uma comitiva com 40 pessoas entre pais, cadeirantes e pessoa apoiadora para estar no dia04/2 no Congresso Nacional lecionar os parlamentares
De acordo com a presidente do projeto, a ida deles até Brasília não tem apoio financeiro. “Um apoiador de Brasília conseguiu um lugar para as mães e as crianças ficarem sem ter que pagar nada. A gente está indo por doações, feita por mutirões até no Facebook. O vereador Eduardo Romero ajudou no ônibus, a única coisa que a gente pediu para as mães foi para levar lanche, a gente não tem ajuda financeira de mais ninguém”, ressaltou Grazziany.
Ela afirma também que a necessidade atual é para conseguir colchonetes. “A gente está pedindo colchonetes emprestados para as mães estarem levando também”.
O JD1 Notícias entrou em contato com a assessoria do vereador Eduardo Romero que explicou que as mães procuraram por ajuda e o vereador fez uma articulação junto com o prefeito para ajudar a comitiva em sua viagem para Brasília.
De acordo com a assessoria, após o movimento que acontecerá em Brasília, a previsão é de que aconteça em campo Grande também, porém sem data marcada. E ainda esse ano será prioridade trabalhar e dialogar com as mães de crianças com deficiências.
(Fonte: JD1)