Em carta, menino autista pede que prefeito acabe com fogos de artifício: “Me fazem mal”
Um menino de 7 anos – e diagnosticado com autismo aos 3 – escreveu uma carta para o prefeito de Vassouras, município fluminense com cerca de 35 mil habitantes, defendendo a proibição dos fogos de artifício “barulhentos” na cidade. O pedido foi divulgado na última terça-feira (26) por Cíntia Pardal Almeida, sua madrinha, que também marcou o prefeito Severino Dias (PPS) na publicação.
“Senhor prefeito, meu nome é Thailer, tenho 7 anos, moro no Grecco [bairro da zona sul de Vassouras]”, escreveu o menino. “Eu gostaria que proibisse os fogos de artifício barulhentos, porque isso me faz sentir mal e os bichinhos também”, explica.
Para reforçar seu pedido, Thailer ainda citou a cidade de São Paulo, que recentemente proibiu fogos de artifício com barulho. “A prefeitura de São Paulo fez isso, o que deixou autistas e pessoas que amam os animais felizes. Você também pode fazer as pessoas felizes em Vassouras. Espero respostas”, cobrou o menino.
O prefeito de Vassouras respondeu à demanda de Thailer no mesmo dia. No espaço destinado aos comentários, Dias publicou: “Oi, Thailer. Já estamos estudando o assunto com carinho. Já existe até um projeto. Desculpe por lhe incomodar. Estou te esperando na prefeitura para receber pessoalmente. Abraços e fique com Deus”. O encontro entre os dois, segundo o pai do menino, Djalma Pereira, aconteceu na sexta-feira (1º) e deixou Thailer muito contente.
Ao jornal O Globo , a mãe do menino, Aline Caroline Ferreira, contou que tudo começou com uma tarefa entregue às crianças da sala de aula de Thailer. A professora pediu aos alunos que apenas escrevessem cartas, sem um tema específico. Aline, então, sugeriu ao filho que fizesse um texto para ela ou para uma tia – mas Thailer teve uma ideia muito melhor.
“Ele escreveu essa carta espontaneamente, sem nossa interferência. Não esperávamos a repercussão em nossa pequena cidade. É o menino mais amoroso do mundo e procuramos educá-lo pra ser resolutivo, independente e responsável. Acreditamos na neurodiversidadee na necessidade de uma sociedade mais inclusiva”, disse a mãe de Thailer.
(IGnacional)