Em Dourados, criminosos se passam por vereadores em golpe por aplicativo
O presidente da Câmara de Dourados Laudir Munaretto (MDB) vai registrar boletim de ocorrência nesta quarta-feira (19) na Polícia Civil, após vários vereadores da Casa serem vítimas de criminosos, que agem pelo aplicativo de mensagens Whats App. O próprio presidente foi uma das vítimas de um golpista que se passou por ele pedindo dinheiro por meio de transferências bancárias.
“Decidimos tomar a providência de trazer esse caso em nome da Câmara para que a polícia possa apurar quantas e quais as pessoas que estão agindo dessa forma criminosa. Foi mais de um parlamentar que teve sua identidade usada para atrair vítimas. Confiamos no trabalho da Polícia Civil para que esse caso seja apurado e que essas pessoas sejam devidamente identificadas e punidas conforme a lei”, destacou Laudir.
A ação criminosa tem um fator em comum: o golpista que se passa pelo vereador alega que está com um número novo de telefone e que precisa com urgência efetivar o pagamento de uma conta. Depois, pede uma ‘ajuda’ e diz que devolve o dinheiro solicitado assim que os problemas na conta bancária dele forem resolvidos. Segundo a polícia, nesse tipo de prática criminosa o autor se aproveita da boa vontade e da relação de confiança da vítima para se beneficiar.
O vereador Elias Ishy (PT) também teve a identidade usada, assim como o vereador Juscelino Cabral (PSDB), cuja cunhada foi uma das vítimas e perdeu R$ 7.500.
“Esperamos as devidas providências da polícia com relação a esse caso, porque a pessoa que está por trás desse crime usa um mesmo número de telefone. Acreditamos que seja possível identificar e punir. A minha cunhada infelizmente acabou vítima, assim como poderia ser qualquer outro cidadão de bem. E o fato de usarem fotos nossas, enquanto pessoas públicas, se passando pela gente, acontece para dar força a história que eles contam”, pontuou Juscelino.
Também vítima da ação de golpistas, o vereador Marcelo Mourão (Podemos) revelou que o valor pedido pelo criminoso a um conhecido dele foi de R$ 7.800. No entanto, a vítima desconfiou e não repassou a quantia, pedida por mensagem a vários conhecidos e familiares do parlamentar.
“Meu número certamente foi clonado, inclusive com minha fotografia de perfil, por isso peço que fiquem atentos e denunciem. Não sei qual a intenção por trás disso tudo, mas todas essas situações foram denunciadas aos órgãos competentes e esperamos chegar logo aos responsáveis, porque isso provoca diversos contratempos”, apontou Mourão, que já teve também sua página pessoal no Facebook invadida.
Os vereadores estão em campanhas em suas redes sociais para alertar para a prática do golpe. A recomendação é para que qualquer pessoa que receber uma mensagem de um número que se identifica como sendo de um parlamentar, deve estar atento, principalmente, quando o contato é para pedir dinheiro.
O que diz a Lei – Conforme descrito e previsto na Lei nº 14.155/21, a prática de fraudes, estelionatos e invasão de dispositivos com o intuito de furtar, apagar ou alterar dados nos meios digitais, incluindo os golpes via Whats App, pode resultar em uma condenação de quatro a oito anos de prisão para o autor.
Há ainda, o agravante de furto qualificado por meio eletrônico em crimes de estelionato, o que pode resultar em pena de reclusão de 4 a 8 anos e também pagamento de multa. E no caso de ser praticado contra idoso ou vulnerável a pena pode ser aumentada de um terço ao dobro.
A recomendação da Polícia Civil é para que aqueles que forem vítimas desse tipo de golpe registrem o Boletim de Ocorrência pessoalmente ou pela internet o quanto antes. (Assessoria CMD)