Em Mato Grosso, projeto prevê incentivo financeiro para produtor de soja responsável

Propriedades rurais de Mato Grosso serão selecionadas para adequação socioambiental e suporte na certificação internacional Pequenos e Médios Produtores de Soja de Mato Grosso. Por meio dessa ação, poderão adequar suas propriedades a padrões socioambientais e obter certificação para a comercialização do grão em mercados que valorizam a produção responsável.A iniciativa é da Produzindo Certo, empresa que vai percorrer municípios do estado cadastrando propriedades para participar de um programa de auxílio.

A participação no projeto é gratuita e pode incluir até mesmo ajuda financeira para a realização das adequações necessárias nas fazendas. Os produtores serão beneficiados por uma parceria internacional que envolve o governo de Mato Grosso por meio do Instituto PCI, e algumas das principais traders globais de soja: Archer Daniels Midland (ADM), Bunge, Cargill, Cofco International, Viterra e Louis Dreyfus Company, reunidas no Soft Commodities Fórum (SCF), com recursos financiados pelo programa REDD Early Movers do estado de Mato Grosso (REM-MT), que tem como objetivo de ampliar a produção responsável de soja na região.

A coordenação do projeto é da Aliança da Terra, organização que desenvolve projetos para auxiliar na proteção do meio ambiente em harmonia com a produção agrícola e agropecuária. A Produzindo Certo é responsável pela execução das ações junto aos produtores. Cerca de 40 propriedades dos municípios de Campos de Júlio e Planalto da Serra já foram inscritas em uma espécie de fase piloto do projeto, iniciada no final de 2020.

Atualmente essas fazendas fazem parte da Plataforma Produzindo Certo e estão em processo de adequação socioambiental.A meta agora é selecionar, em um número maior de municípios, outras 120 propriedades (com área de até 15 módulos fiscais) dedicadas à produção de soja para investir e apoiar adoção e uma produção mais responsável. Estão disponíveis aproximadamente R$1,3 milhão para serem investidos. Cada fazenda cadastrada poderá receber até R 30 mil, em um sistema de contrapartida. “A ideia é que para cada real investido pelo produtor em melhorias, o projeto entre com mais um real”, afirma Caroline Nóbrega, gerente geral da Aliança da Terra.

O produtor pode ter um diagnóstico real da situação socioambiental da sua propriedade e receber assistência técnica gratuita para realizar as adequações que forem identificadas, informa Charton Locks, COO da Produzindo Certo. Ao se inscreverem na plataforma, as propriedades serão avaliadas pelas equipes do projeto, de forma remota e através de uma visita presencial.

Essa avaliação vai gerar um diagnóstico socioambiental da fazenda. Em seguida, técnicos da empresa elaborarão, em conjunto com o proprietário, um plano de ação para a execução de melhorias, sempre tendo em vista a capacidade financeira do produtor. “Ele ainda terá o reembolso de até metade das despesas de adequação realizadas na propriedade durante o projeto”, lembra o COO da Produzindo Certo. “A ideia é que os produtores possam assumir alguns compromissos para alcançar o que eles esperam melhorar”, explica Caroline Nóbrega.

Durante a execução do plano de ação, os produtores também contarão com assistência dos especialistas da Produzindo Certo. Faz parte também das metas do projeto realizar, de forma gratuita por meio da Brigada Aliança, treinamentos para prevenção e combate a incêndios para cerca de 100 voluntários (produtores rurais e funcionários das fazendas). O objetivo é reduzir os prejuízos financeiros e ambientais provocados pelas queimadas. De olho no mercado.

Neste ano, o projeto passou a incluir a a avaliação das propriedades para possibilidade de alcançar a certificação RTRS, referência internacional para a produção de soja responsável. “O projeto vai identificar aproximadamente 25 propriedades e vai cobrir todos os custos para essa certificação. Desde que os produtores tenham interesse e se comprometam”, disse a gerente geral da Aliança da Terra. Com a certificação, os produtores ficam aptos a vender sua produção para mercados mais exigentes, como o europeu, e até mesmo buscar ofertas que permitam a produção responsável com cotações mais altas pela soja vendida. (Fonte: canalrural.com.br)

 

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