Em Primavera do Leste, Projeto Pérola Negra promove a releitura da história do mundo africano
“Valorizar a cultura negra e seus afrodescendentes e afro-brasileiros na escola e na sociedade; desenvolver atividades com diferentes fontes de informações em livros, jornais, revistas, filmes, fotos, visitas, passeios e confrontar dados e abordagem; trabalhar com documentos variados, mapas, instrumentos de trabalho, rituais, adornos, meios de comunicação, vestimentas, textos, imagens e filmes”. Esse é objetivo geral do projeto Pérola Negra, desenvolvido na Escola Municipal Mauro Weis, sob a coordenação das professoras Kélcia Patrícia Batemarque e Josileide Medeiros, com a colaboração de Elisangela e Luciana.
Para a professora negra Josileide Medeiros, “do momento em que os alunos passam a conhecer com mais profundidade a cultura negra, através de pesquisa em livros, jornais, artigos, entrevistas com personalidades negras eles passam a ter outro olhar e descobrir a beleza da cultura afro, se sentir parte dela e, especialmente assumir sua condição de negro e se sentir orgulhoso por isso”.
Esse projeto está sendo trabalhado com cerca de 150 alunos do 6º ao 8º ano e, o resultado tem superado a expectativa. Segundo a concepção da professora Josileide, a descoberta do novo tem acontecido naturalmente entre os participantes do projeto – “estamos trabalhando de forma que eles entendam a importância dos fatos e procedimentos históricos e geográficos; participem de tarefas em grupo para aprender a respeitar os diferentes pontos de vista e analisem historicamente os processos de exclusão/inclusão promovidos pela sociedade respeitando a diversidade e o direito de cada um”.
Reflexões Positivas
As atividades do projeto foram distribuídas por bimestre, para que cada etapa seja bem trabalhada e assimilada pelos alunos. Nelas estão previstas a leitura das obras de Maciel Aguiar, dentre outros, a exibição de alguns filmes – Amistad, Brava Gente Brasileira, Kuriku e a Feiticeira, Um Sonho Impossível e a Princesinha, além de reflexões positivas de reportagens jornalísticas e textos da atualidade que tratam sobre o tema. Musica de protesto ao racismo como de Gabriel O Pensador é recomendada, segundo a professora Kélcia, “para enriquecer a reflexão de maneira positiva sobre a nossa história, porque conhecendo a nossa história se torna mais fácil entender as diferenças e aceitá-las”.
Para enriquecer o projeto foram realizadas oficina de turbante intitulada Semeando a Identidade da Mulher Negra e, confecção da boneca Abaiomy – Símbolo da resistência africana. Foi trabalhado também sobre a vida de Maria Carolina de Jesus – Mulher Negra Favelada, mãe exemplo de superação e a mulher que mais vendeu livros,dentro e fora do Brasil. Uma das obras mais importantes foi Quarto de Despecho. O projeto proporcionou uma palestra com o professor Rodolfo Pereira da Silva com o tema – O que é racismo?
A secretária municipal de Educação, Adriana Tomasoni, vê com bons olhos a iniciativa de professores que saem da sua zona de conforto e buscam desenvolver projetos e atividades para inserir, de fato, os alunos na realidade que existe fora dos muros da escola – “o Perola Negra vai ao encontro da escola moderna, que discute a nossa identidade, a nossa origem, incentiva a pesquisa através de vários instrumentos como a leitura, filmes, trabalhos manuais, musicas, faz a criança passa a se aceitar como ela é sem sofrer a influencia do modismo”.
O prefeito Léo Bortolin entende que o comprometimento das professoras faz a diferença no crescimento intelectual e, pessoal da criança e do adolescente, “na escola é que fazemos as nossas descobertas, aprendemos respeitar as diferenças, aceitar os nossos colegas da maneira que são, enfim ali se complementa a educação familiar e molda, em definitivo, o caráter dos nossos jovens e, o Perola Negra vem ao encontro do que acreditamos, estou orgulhoso dessa iniciativa”.
(Assessoria)