Entidades pedem que partidos e presidenciáveis respeitem jornalistas
A menos de três semanas do primeiro turno da votação, as organizações signatárias – que atuam diretamente na defesa das liberdades de imprensa e de expressão no Brasil – manifestam indignação e preocupação com os ataques direcionados principalmente às mulheres jornalistas nestas eleições. Assim, instam as agremiações políticas a cessarem as hostilidades e a respeitarem o trabalho da imprensa nas próximas sabatinas e nos debates entre candidatos e candidatas.
Em agosto, lançamos a Carta Compromisso com a Liberdade de Imprensa e a Segurança de Jornalistas nas Eleições 2022, pedindo que os presidenciáveis respeitassem a liberdade de imprensa e garantissem condições seguras para a cobertura eleitoral. O documento recomenda sete posturas aos candidatos até o fim do segundo turno.
Entre elas, adotar um discurso público que contribua para prevenir a violência contra jornalistas e comunicadores/as; condenar publicamente qualquer forma de violência ou ataque contra a imprensa; não estimular, direta ou indiretamente, que apoiadores/as ofendam, ataquem ou agridam jornalistas, comunicadores/as e trabalhadores/as da imprensa; e garantir o acesso igualitário de jornalistas a atividades de campanha e a coletivas de imprensa, para que possam realizar a cobertura do processo eleitoral.
Infelizmente, as recomendações vêm sendo desrespeitadas de maneira sistemática. Assim, reforçamos o pedido para que todas as candidaturas, seus partidos e coligações, assinem e acatem a carta compromisso. Até o momento, as candidaturas de Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU) à presidência da República já firmaram o compromisso. Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) ainda não se manifestaram oficialmente.
As organizações destacam que, durante o período eleitoral, o papel da imprensa se torna ainda mais relevante para garantir o acesso à informação necessária para uma participação cidadã no debate público e nas eleições, de forma consciente e crítica. Que todos e todas os/as jornalistas possam exercer seu trabalho num ambiente de liberdade, respeito e segurança. (Fonte: Abraji)