Escola Nacional de Seguros alerta candidatos a presidente sobre gravidade da violência no trânsito
As estatísticas alarmantes sobre a violência do trânsito no Brasil estão na pauta da campanha eleitoral. A Escola Nacional de Seguros enviou carta a todos os candidatos a presidente da República, alertando para a situação dramática provocada pelos acidentes ao volante. Somente no ao passado, foram mais de 41 mil mortes e 42 mil casos de invalidez permanente. Esse quadro pode ser comparado a uma epidemia, que se espalha por todos os estados e elimina parcela expressiva da força de trabalho no país.
Aplicando-se a metodologia do Valor Econômico da Vida (VEV), essas estatísticas representam uma perda de capital humano equivalente a R$ 199 bilhões. Esse total corresponde a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando o que as vítimas de acidentes deixam de produzir. Os cálculos fazem parte de estudo do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES).
“A carta tem por objetivo sensibilizar os governantes para o grave problema do trânsito. Não apenas pelos aspectos sociais, que são conhecidos por todos, mas também pelos aspectos econômicos que mensuramos na pesquisa”, explica Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros.
A instituição ressalta que esse quadro torna obrigatória a inclusão do tema em todas as plataformas dos candidatos que disputam as eleições de outubro, independentemente do cargo pleiteado. “Somente a soma de esforços nas esferas municipal, estadual e federal fará com que essa realidade comece a ser mudada”, diz o texto.
O Brasil está em quinto lugar no ranking de países recordistas em mortes no trânsito por habitante. Em todo o mundo, o trânsito mata cerca de 1,25 milhão de pessoas a cada ano e deixa entre 20 e 25 milhões de feridos. Trata-se da nona causa de mortes. Para enfrentar o problema, as Nações Unidas lançaram, em 2011, a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020, na qual governos de todo o mundo se comprometeram a tomar novas medidas para prevenir os acidentes no trânsito. A meta é reduzir pela metade o número de vítimas até o fim da década.
(Por Jaqueline Moraes, da Lupa Comunicação)