Executivo da Microsoft destaca como tecnologia pode criar ambientes inclusivos para pessoas com deficiência

Ricardo Wagner, líder de Acessibilidade da Microsoft Canadá (Foto: Agência Ophelia)

Encontrar talentos é um desafio. Como identificar os melhores profissionais para cada posto, considerando a importância de formar equipes produtivas e satisfeitas? Fazer a melhor seleção fica ainda mais difícil se as empresas não prestam atenção às pessoas com deficiência. Quando se pensa que uma em cada sete pessoas apresenta algum tipo de limitação, descartar esses potenciais colaboradores antes mesmo de conhecê-los é um grande erro. Até porque esses profissionais carregam consigo o potencial de trazer para as companhias, além de impacto social, inovação.

O impacto social é enorme, resultante da inclusão de uma parcela expressiva da população. “As oportunidades são muito grandes. A tecnologia está trazendo uma gama de oportunidades novas para as empresas serem bem-sucedidas ao dar suporte para as pessoas com deficiência”, afirma Rodrigo Paiva, diretor de Pequenas e Médias Empresas da Microsoft Brasil. “Agora, com a nuvem e a inteligência artificial, conseguimos fazer muito mais com a tecnologia, mais do que um dia pudemos imaginar.”

Mas essa integração tem também um grande valor estratégico para todas as companhias, de todos os portes e setores. Afinal, ela permite criar um ambiente propenso à inovação. É o que diz o brasileiro Ricardo Wagner, líder de Acessibilidade da Microsoft Canadá. Ao longo de sua carreira, Ricardo se especializou em ajudar organizações a criar um ambiente de trabalho moderno, inclusivo e acessível. No decorrer dessa trajetória, percebeu que contratar pessoas com deficiência apenas para cumprir a legislação afasta a empresa, seja ela grande, média ou pequena, de um objetivo crucial no século 21: a busca por inovação.

Soluções para todos

De que forma um ambiente de trabalho mais inclusivo está relacionado à inovação? É simples. Colaboradores com vivências diferentes enxergam o mundo de maneira distinta, e esse convívio torna fértil a troca de insights para solucionar problemas e demandas comuns de usabilidade para todo mundo. “Quando você cria uma inovação para uma pessoa com deficiência permanente, essa solução vai funcionar para uma pessoa com deficiência temporária, ou situacional, ou sem deficiência”, explica ele.

Rodrigo Paiva, diretor de pequenas e médias empresas da Microsoft Brasil (Foto: Agência Ophelia)

Ricardo dá um exemplo: um aplicativo desenvolvido para pessoas com restrições severas de movimento permite utilizar o computador apenas com o movimento dos olhos. No Canadá, a inovação foi rapidamente adotada por médicos e enfermeiros, que perceberam que, durante os procedimentos com os pacientes, usar computadores com os olhos é muito mais prático e seguro.

Vale lembrar ainda que todo colaborador de uma empresa é também um potencial consumidor. Ouvi-lo na etapa inicial de um projeto pode abrir a empresa para demandas de um outro público, que não está inicialmente contemplado. A companhia passa a desenvolver produtos pensados para todos, não apenas buscando adaptações já na etapa final de desenvolvimento. “A transformação só vai acontecer quando os grandes empregadores do País, que são as pequenas e médias empresas, conseguirem adotar boas práticas para pessoas com deficiência”, afirma Ricardo Wagner.

(Fonte: revistapegn)

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