Fazer o bem sem olhar a quem: tapeceira cria varal solidário e ajuda pessoas carentes em Campo Grande
Moradora nova do bairro Coophasul, em Campo Grande, Adriana Bilo, 45 anos, ‘chegou chegando’ na região e logo surpreendeu os moradores com a vontade de ajudar o próximo. Com a ajuda dos enteados, a tapeceira decidiu utilizar o portão da casa onde reside para criar um Varal Solidário e ajudar pessoas carentes que circulam pelo bairro.
Adriana explica que realiza um brechó na residência para ajudar um projeto da igreja católica e, como tinha muitas peças de roupas, começou a pendurar algumas no portão para ajudar aqueles que necessitam. “Tem só duas semanas que estamos com o Varal, o reverendo da igreja autorizou a exposição das roupas, porque temos um projeto na igreja católica anglicana e demos início a esse projeto. Vem pessoas do bairro Nossa Senhora das Graças, da Vila Marli, aqui do nosso bairro mesmo, quem precisa de ajuda vem e pega”.
Com a ajuda de Yarley Cáceres, 11 anos, e Keyrrison Cáceres, 7 anos, Adriana destaca que coloca roupa três vezes por dia no portão. “Colocamos de manhã, depois do almoço e no final da tarde. Graças a Deus conseguimos ajudar muita gente com esse Varal. É muito fácil fechar os olhos quando o problema não é com a gente, mas precisamos olhar pelo próximo e ajudar da forma que conseguimos. Ficamos muito felizes de ajudar as pessoas”.
Ela destaca que não conhecia os vizinhos, mas com a ideia do Varal, agora se tornou amiga de todos. “Não conhecia os vizinhos ainda, mas quando criamos, eles gostaram da ideia, nos ajudam com doações, convocam os amigos para doarem. Da mesma forma como têm muitas pessoas que vêm pegar, têm muita gente também que vem para doar. Teve um dia que chegou seis sacolas de roupa, estamos muito felizes”.
De acordo com Adriana, mães que lutam para criar seus filhos sozinhas pegam peças na casa. “Tem muitas famílias assim, tem uma mãe que tem sete filhos, ela sofre de um problema de saúde, ela veio pegar roupas. Tem mulheres solteiras que foram abandonadas pelos maridos, tem viúva, tem gente que realmente precisa de ajuda vindo buscar roupa e ficamos muito felizes”.
Vizinho Orgulhoso
Morador do bairro Coophasul desde 1990, Nivaldo Querelli, 74 anos, aplaude a atitude da vizinha e diz que já presenciou muitas famílias carentes pegando roupas com sorriso no rosto. “Essa atitude dela já deu certo, as pessoas pegam roupas e dá para perceber que quem para ali para pegar, realmente é gente que precisa, que não tem condições, são pessoas que realmente não têm recurso”.