Regiane foi baleada pelo ex-namorado, Suetônio Pereira Ferreira, de 57 anos, quando chegava na floricultura onde trabalhava, no Bairro Carandá Bosque. Mesmo depois de ferida, ela ainda lutou para viver, mas acabou não resistindo e morreu horas depois da Santa Casa de Campo Grande, faltando uma semana para completar 40 anos.
“Ela tinha um coração enorme e por onde passou, deixou uma sementinha, um legado. Fez quimioterapia e ficou sem cabelo para vencer o câncer, mas sempre sorrindo. Nunca vi ela triste ou reclamando da vida”, lembra Regilene Fernandes, de 39 anos, irmã da vítima.
A servidora pública afirma que a família não conhecia Suetônio e por isso, acredita que o relacionamento tenha sido algo rápido e sem importância. “Ninguém sabia dele”, revela.
Agora, a irmã afirma que o melhor a se fazer é “deixar tudo na mão de Deus”, já que nada vai trazer Regiane de volta. Para superar a dor, a família diz que procura conforto na fé e na esperança de um dia encontrá-la na eternidade.
Apaixonada por flores, Regiane chegou a trabalhar em duas floriculturas ao mesmo tempo, só para estar entre elas. Era um serviço que se confundia com hobby.
Na última empresa em que trabalhou, conheceu Jaqueline Silva, de 22 anos. Amiga com quem dividia tarefas e confidências. Emocionada, a vendedora lembra com carinho da amizade que durou cerca de 10 meses, mas que parecia vir de anos.
“Ela me tratava como uma filha. Quando eu estava mal me ligava a noite para perguntar como eu estava, e no outro dia, sempre levava um presentinho para me alegrar. Era uma mulher maravilhosa que não media esforços para ajudar”, afirma.
Na tarde deste domingo (19), amigos e familiares se reuniram no Cemitério Monte das Oliveiras para o último adeus à florista. “Um dia a gente vai se encontrar com ela, que era a flor mais linda do nosso jardim”, finaliza a irmã.
(Por Clayton Neves, do Campograndenews)