Google homenageia a mineira Lélia Gonzalez, ativista e intelectual negra

Lélia foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado contra Discriminação e o Racismo – Fotos: Reprodução

Ativista e intelectual negra, Lélia Gonzalez é a homenageada do Doodle (alteração especial e temporária do logotipo nas páginas iniciais do Google que lembra conquistas e figuras históricas notáveis) deste sábado, que seria o 85º aniversário da mulher que
denunciou o racismo e o sexismo como formas de violência contra as mulheres negras.

Nascida em Belo Horizonte, em 1° de fevereiro de 1935, Lélia mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em história e geografia, fez mestrado em comunicação e doutorado em antropologia política. Durante a carreira, Lélia foi professora em escolas de nível médio, faculdades e universidades, tendo iniciado o primeiro curso de Cultura Negra na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV).
Em 1978, a ativista também foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado contra Discriminação e o Racismo (MNUCDR), atualmente Movimento Negro Unificado (MNU), principal organização na luta do povo negro no Brasil, além de ter integrado a Assessoria Política do Instituto de Pesquisa das Culturas Negras. Ela também ajudou a fundar o Grupo Nzinga, coletivo de mulheres negras e integrou o conselho consultivo da Diretoria do Departamento Feminino do Granes Quilombo.
O artigo ‘Mulher negra: um retrato’ foi uma de suas primeiras obras publicadas. Na década de 1980, publicou seu primeiro livro “Lugar de negro”, em parceria com o sociólogo Carlos Hasenbalg. Publicou em 1987 o livro “Festas Populares no Brasil”.
A ativista morreu em 10 de julho de 1994.
Legado

Entre outras homenagens, Lélia Gonzalez tornou-se nome de uma escola pública estadual no bairro de Ramos, no Rio de Janeiro, de um centro de referência de cultura negra, em Goiânia, do Centro Acadêmico do curso de Ciências Sociais da USP, de uma cooperativa cultural, em Aracaju. Foi citada pelo bloco afro Ilê Aiyê em duas edições do carnaval baiano: em 1997, como parte do enredo Pérolas negras do saber, e em 1998, com Candaces.

O dramaturgo Márcio Meirelles escreveu e encenou em 2003 a peça teatral Candaces – A reconstrução do fogo, baseada em sua obra.[3]

Em 2010, o governo da Bahia criou o Prêmio Lélia Gonzalez, para estimular políticas públicas voltadas para as mulheres nos municípios baiano

(Estado de Minas/Wilkipédia)

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