Hospital Cassems realiza com sucesso mais um transplante de medula óssea
Na última quinta-feira (04), Kauan Oliveira da Silva Rosa, de 20 anos, recebeu a sua tão comemorada alta hospitalar, após passar por um transplante autólogo de medula óssea. A infusão foi realizada no dia 13 de dezembro, no Hospital Cassems de Campo Grande. Kauan mora em Dourados e foi diagnosticado há pouco mais de um ano com linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, responsável pela produção das células de imunidade.
Ele estava internado desde o dia 30 de novembro. “Foi um tempo longo para gente descobrir o linfoma, desde o começo dos sintomas até o diagnóstico, levou uns seis meses. Eu sentia febre, mas os exames de sangue davam normais, aí depois de um exame de imagem e uma biópsia, eu descobri o linfoma, aí já começamos o tratamento com a quimioterapia. Eu fiquei imunossuprimido, a imunidade foi lá embaixo. Meu pai, minha mãe, minhas avós, foram importantíssimos para que eu chegasse até aqui”, disse Kauan.
O beneficiário conciliou o tratamento com a faculdade de Direito. “Eu não queria largar minha faculdade, eu ia quando podia, fiz acordo com os coordenadores e com os professores, quando estava melhorzinho, fazia provas, apresentava seminários, mas em nenhum momento cogitei trancar minha faculdade, não à toa passei e vou agora para o terceiro ano”.
Para a hematologista e responsável pelo setor de transplante de medula óssea do Hospital Cassems de Campo Grande, Soraya Romanini, o bom humor do paciente durante a internação colaborou muito para o êxito da “pega” da medula. “Todo tratamento quimioterápico que ele havia feito previamente não tinha surtido efeito necessário para que ele tivesse a desejada cura, então ele teve que passar por esse transplante de medula óssea autólogo e felizmente correu tudo bem. Ele teve hoje confirmada a pega da medula e está recebendo a sua alta hospitalar. O Kauan foi um paciente que nos cativou muito, pelo bom humor que ele teve durante o tratamento, colaborando para que tudo desse certo. Um menino novo, mas com muita sabedoria, ativo, muito otimista e foi um grande parceiro de toda a equipe na realização do transplante”.
Nos 35 dias que ficou internado, Kauan teve a companhia do pai, Márcio da Silva Rosa, policial militar, de 44 anos, que disse estar muito feliz com o segundo nascimento do filho. “É claro que um pai nunca quer passar por uma coisa dessa, quando o filho está doente, a gente sofre dobrado. Um sentimento de impotência, mas eu sempre procurei ficar do lado do Kauan, dar o suporte que ele precisava e durante esse tempo, nessa caminhada longa, de mais de um ano, parece pouco, mas para quem está sofrendo é muito, a gente tenta dar todo o apoio nessa caminhada. Nesses dias que ele ficou internado foi complicado, foi difícil, mas eu tinha que passar para ele que dava. Estou muito feliz, agradecer a Deus e como eu disse aqui para o pessoal, eu estava presente quando ele nasceu e estou presente agora no renascimento dele, que de hoje em diante começa uma nova vida e eu vou estar sempre com ele”.
Além do segundo nascimento, Kauan disse ter criado no Hospital a sua segunda família. “A equipe é maravilhosa, desde os médicos, as enfermeiras, os fisioterapeutas, as nutricionistas, todos eles, contribuíram para que esse processo fosse mais leve. Eu ganhei uma segunda família com certeza e são pessoas que eu nunca vou esquecer, vou levar no meu coração para sempre. Sou muito grato ao Hospital, a quem participou disso, é o meu segundo nascimento, é o fim de um ciclo que durou mais de um ano nessa luta, então estou muito feliz com certeza”, ressalta o jovem.
É possível realizar o transplante de medula óssea autólogo quando as próprias células-tronco, presentes na medula do paciente são coletadas e, posteriormente, utilizadas no tratamento, um autotransplante de medula.
(Da assessoria)