Jovem que aprendeu a digitar com auxílio de pincel consegue concluir estudos e se forma em matemática no Paraná

Welligton Opinajara da Silva tem 30 anos e mora em Piraí do Sul, na região dos Campos Gerais; formatura foi realizada na noite desta sexta-feira (20), em Curitiba — Fotos: Divulgação

Depois de superar a dificuldade motora nas mãos causada por paralisia cerebral, o paranaense Welligton Opinajara da Silva, de 30 anos, conseguiu se formar em matemática. A cerimônia foi realizada na noite de sexta-feira (20) no Espaço Torres, em Curitiba.

Como tem dificuldades para mover os dedos e também para falar, o jovem precisou adaptar a forma como iria estudar. Aos 16 anos, na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), ele aprendeu a digitar com a ajuda de um pincel. Foi o que mudou a vida dele, segundo a mãe Sueli Ferreira da Silva.

A partir daí, Welligton deslanchou nos estudos e conseguiu realizar o sonho de cursar uma faculdade. O curso foi feito por Ensino à Distância (EAD), na Faculdade Estácio de Curitiba, em Piraí do Sul, na região dos Campos Gerais, onde Welligton vive com a família. “Meu plano para o futuro é ser cientista, por isso agora vou fazer minha segunda graduação em Ciências da Computação”, comemora.

A nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi essencial para que o jovem conseguisse iniciar o curso. Como não conseguiu emprego no período em que estava estudando, Welligton disse que precisou contar com a ajuda da família para conseguir pagar integralmente o valor da faculdade.

A comunicação do dia a dia

Welligton tem 29 anos e se formou em matemática em um curso de Ensino à Distância — Foto: Marcelo Zanello Milléo/Arquivo pessoal

O pincel também ajuda Welligton a usar o celular e se comunicar no dia a dia, por exemplo.

Ele contou que escolheu a profissão porque futuramente pretende trabalhar com pesquisas científicas. Para fazer as provas, Welligton disse, cheio de orgulho, que nunca precisou fazer uso da calculadora, que consegue fazer todas as contas de cabeça.

“Como eu não saio sozinho de casa, às vezes a minha mãe e a minha avó me levam para passear. O único detalhe é que eu não posso fazer caminhadas longas porque sinto dores nas costas e nas minhas pernas, mas eu me sinto realizado quando posso sair”, contou.

(Fonte: G1)

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