Legião Urbana faz show em MS e fãs lembram como banda transformou suas vidas
O ano era 1984, quando o jornalista Rogério Vidmantas (foto em destaque), na época um adolescente de 15 anos, entrou em uma loja de discos na cidade de Naviraí, no interior de Mato Grosso do Sul, e comprou uma fita k7 por causa da capa. A fita em questão se tratava do primeiro álbum lançado pela banda Legião Urbana.
O jornalista, que se tornou fã da banda desde o primeiro acorde de “Será”, música que abre o primeiro disco da banda, declara que é “daqueles fãs que se orgulha de saber cantas as músicas ‘Lado B'”, como “Depois do Começo”, do disco ‘Que País é Este’ e “Plantas Embaixo do Aquário”, do ‘Dois’.
Nostálgico, o jornalista recorda que entre o segundo grau e a faculdade era “lei” cantar Faroeste Caboclo inteira no banho. A canção tem duração de nove minutos e nenhuma estrofe se repete. “Nove minutos é um bom tempo para tomar banho e a música é incrível. Coisas da juventude! Hoje o banho é ouvindo notícias”.
As músicas trazem em suas letras várias críticas sociais e reflexões, que fizeram parte do amadurecimento e influenciaram na maneira de ver o mundo de milhares de jovens e adolescentes dos anos 80. Com o jornalista, não foi diferente.
As músicas do Legião Urbana moldaram a mente de milhões de jovens na década de 80, e eu, orgulhosamente, estou entre eles”, declara o jornalista Rogério Vidmantas.
Vidmantas declara que cada música tem um significado para uma fase da vida e cita uma apresentação na Praça da República, na cidade de São Paulo, em 2019, que foi memorável para ele. “A última que me marcou nos shows foi ‘Que Pais é Esse’, por causa do momento político vivido entre 2019 e 2022”.
O jornalista estava contando os dias para o show dos músicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, remanescentes da Legião Urbana, que se apresentam neste sábado (21), em Campo Grande. De ingressos comprados, infelizmente o jornalista não poderá assistir ao show, por causa de compromissos pessoais fora da cidade. “Vou perder em Campo Grande, [mas] já estou procurando na agenda uma nova data”.
Caminhos cruzados – Assessora de eventos Priscila Miranda Honório, 42 anos, teve o privilégio de se apaixonar pelo marido, o músico Hugo Carneiro, ao som da música “A Montanha Mágica”, do ‘Disco V’. Eles se conheceram em um bar, em 1998, durante uma apresentação de Hugo. O casal está junto desde então, e Priscila brinca dizendo que a “culpa” da união é da banda Legião Urbana.
“Nenhuma banda local tocava o tal ‘Lado B’ da Legião, eu parei ali por mais de sete minutos, extasiada, sem contar a performance do vocalista [Hugo], completamente entregue àquele momento”, relembra.
Em 1999, eles tiveram a primeira filha, Camilla Luise, e Priscila colocou um cartaz na porta do quarto da maternidade com a frase “do ventre nasce um novo coração”, da música “1° de julho”, composição de Renato Russo. Camilla cresceu, e a banda virou “coisa de família”, com direito a tatuagem e Noite de Legião, em que se reúnem para ouvir todos os discos.
Priscila, a filha e a melhor amiga tatuaram o violão do disco “As Quatro Estações”. As três também irão juntas ao show no sábado, que vai embalar o público com canções do álbum homenageado com a tatuagem pelo trio. “A expectativa está a mil, ainda mais que será com as músicas dos discos mais fodas”.
Fã da banda desde a adolescência, os discos foram a trilha sonora que moldou o caráter e a visão de mundo da assessora, e acompanham ela até hoje. “As músicas da Legião me influenciaram desde a formação do meu carácter, percepção do mundo em que estive inserida em várias fases da minha vida, até quem eu sou hoje. Todas as minhas playlists, desde minha adolescência, nunca faltou Legião”.
As V Estações – Os músicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, remanescentes da Legião Urbana, se apresentam em Campo Grande no sábado (21), a partir das 22h, no Bosque Expo, no Shopping Bosque dos Ipês. Com o show “As V Estações”, farão tributo aos álbuns “As Quatro Estações” e “V”, da banda.
A apresentação promete ser nostálgica para os fãs da banda Legião Urbana, tanto pelo sucesso e representatividade dos dois álbuns quanto pelo fato de outubro ser o mês da morte de Renato Russo, falecido em 1996 no dia 11, há quase 30 anos.
(Por Por Idaicy Solano, do Campo Grande News)